A Guarda Revolucionária do Irã testou 14 mísseis na terça-feira, segundo dia de exercícios militares que servem como uma demonstração de força contra os inimigos Israel e Estados Unidos.
Os mísseis terra-terra de fabricação iraniana, com alcance máximo de 2.000 quilômetros, foram disparados simultaneamente contra um só alvo, disse a agência estatal de notícias Irna.
O comandante Amir Ali Hajizadeh, chefe da divisão aeroespacial da Guarda Revolucionária, enfatizou a preparação iraniana para uma retaliação contra eventuais ataques dos EUA ou de Israel.
"O alcance dos nossos mísseis foi projetado de acordo com (a localização das) bases norte-americanas na região e também do regime sionista", disse Hajizadeh à agência semioficial Fars.
EUA e Israel dizem não descartar uma ação militar contra o Irã caso a diplomacia não baste para fazer a República Islâmica abandonar seu programa nuclear, embora Teerã insista no caráter exclusivamente pacífico das suas atividades.
A Irna disse que a Guarda disparou nove mísseis Zelzal, dois Shahab-1, dois Shahab-2 e um Shahab-3. Autoridades iranianas já haviam anunciado anteriormente que o Shahab-3 tem alcance de 2.000 quilômetros, o que coloca Israel e bases norte-americanas no golfo Pérsico em sua mira.
Em Washington, o Departamento de Estado dos EUA lembrou ao Irã que a resolução 1.929 do Conselho de Segurança da ONU proíbe o país de realizar qualquer atividade com mísseis balísticos capazes de portar armas nucleares. As autoridades norte-americanas recusaram-se a especular, no entanto, sobre a capacidade nuclear dos mísseis testados.
Inimigo histórico dos EUA, o Irã tem se entusiasmado com o que vê como derrotas militares norte-americanas nos vizinhos Iraque e Afeganistão. Ambos os países ainda abrigam enormes contingentes militares dos EUA, e Washington tem outras bases no Golfo que poderiam ser escolhidas como alvos por Teerã.
"Os norte-americanos reduziram o nosso trabalho", disse Hajizadeh à Fars. "Suas bases militares na região estão num alcance de 130, 250 e no máximo 700 quilômetros no Afeganistão, o que podemos atingir com esses mísseis."
Hossein Salami, subcomandante da Guarda, afirmou: "Ainda temos nossos dedos no gatilho, mas o número de gatilhos cresceu."
O exercício militar, batizado de "Grande Profeta 6", é realizado em terra e mar e serve como "mensagem de paz e amizade a países da região", afirmou Hajizadeh na segunda-feira.
Questionado sobre se os mísseis seriam uma ameaça à Europa, Hajizadeh disse à Irna que, embora o Irã tenha capacidade tecnológica para produzir mísseis de maior alcance, o limite de 2.000 quilômetros foi escolhido precisamente por causa de Israel e das bases dos EUA.
"Exceto pela América e pelo regime sionista, não sentimos uma ameaça de nenhum outro país", afirmou.
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