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Funcionários dos governos do Irã e da Rússia realizam testes na primeira usina de energia nuclear do Irã, disseram oficiais iranianos. Os testes representam um importante passo na direção do pleno funcionamento da usina, que há muito tempo preocupa os Estados Unidos e seus aliados sobre as ambições nucleares do Irã.

A usina de energia na cidade portuária de Bushehr, sul do país, construída com ajuda da Rússia, deve ser a primeira de uma série de reatores do programa de geração de energia. Mas a abertura do reator de água leve de 1.000 megawatts vinha sendo adiado em razão de pequenas falhas na construção e de fornecimento.

Ao mesmo tempo, o Irã declarou o aumento do número de centrífugas de enriquecimento de urânio para 6 mil, na comparação com 5 mil em funcionamento em novembro. O anúncio desafia a exigência da Organização das Nações Unidas (ONU) para que Teerã suspenda seu programa de enriquecimento em razão dos temores de que o urânio possa ser usado para a construção de ogivas nucleares. O Irã nega a acusação e afirma que o objetivo de seu programa nuclear é gerar eletricidade.

Não se sabe quando o reator poderia começar a funcionar. Os testes, que tiveram início há dez dias, "podem demorar de quatro a sete meses", disse o chefe do programa nuclear, o vice-presidente Gholam Reza Aghazadeh, em Bushehr. Os testes em Bushehr são feitos por computador e tem como objetivo assegurar que nenhum problema de funcionamento ocorra no futuro, quando urânio enriquecido for introduzido no reator. Durante os testes não há produção de eletricidade.

No primeiro estágio do teste, técnicos introduzem "combustível virtual" no reator. O combustível virtual consiste em chumbo, que imita a densidade do urânio enriquecido, disse o porta-voz para assuntos nucleares do Irã, Mohsen Shirazi. Assim que o combustível for carregado, "nós iremos verificar como o reator irá operar", disse o chefe da agência nuclear russa, Sergei Kiriyenko, que inspeciona do processo. "Este (teste) é um dos principais elementos de um projeto extensivo", afirmou ele.

Kiriyenko disse que houve "extraordinário progresso nos últimos meses" em Bushehr, mas que ainda há trabalho a fazer para "acelerar o início das operações". O grupo russo-iraniano está se "aproximando do estágio final" antes de a usina tornar-se operacional, disse ele. Em Israel, o porta-voz do Ministério do Exterior, Yigal Palmor, disse que os "iranianos estão mostrando novamente que estão fazendo progressos em sua corrida nuclear". "Isso deve ser entendido como uma notícia ruim para toda a comunidade internacional", disse Palmor, que pediu "passos imediatos e determinados com o objetivo de evitar que o Irã se torne uma potência nuclear".

Funcionamento

O reator de Bushehr deveria ter começado a operar em 2008. Cerca de 700 engenheiros iranianos receberam treinamento na Rússia por quatro anos para operar a usina. O projeto Bushehr é de 1974, quando o governo do xá Mohammed Reza Pahlavi, apoiado pelos Estados Unidos, assinou um acordo para a construção do reator com a empresa alemã Siemens. A empresa retirou-se do projeto após a revolução islâmica de 1979, que derrubou o xá. Em 1992, o Irã assinou um acordo com a Rússia para completar o projeto e os trabalhos começaram em 1995.

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