Segurança
Conselho da ONU está ultrapassado, diz ministro
Agência Estado
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) está ultrapassado e precisa de sangue novo, disse ontem o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, ontem, reclamando do fato de que os membros não-permanentes não são levados a sério. "O Conselho de Segurança (CS) já não reflete a realidade política", mas "a realidade de 65 anos atrás", acrescentou.
De acordo com Amorim, o Conselho de Segurança deveria olhar para o G-20, o grupo de economias industrializadas e emergentes, e incluir países como o Brasil, a Índia e a África do Sul como membros permanentes além dos atuais cinco integrantes com direito a veto Estados Unidos, Grã-Bretanha, Rússia, China e França.
O chanceler brasileiro também reclamou da "falta de transparência e de nível técnico" nas decisões do conselho, do qual o Brasil é um dos dez membros não-permanentes.
O diretor do programa nuclear do Irã, Ali Akbar Salehi, declarou ontem que Teerã informou à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) organização integrante da ONU que dois de seus inspetores não poderão mais entrar no país. De acordo com ele, os funcionários teriam vazado informações e elaborado relatórios falsos.
O chefe do programa nuclear iraniano não divulgou a identidade nem a nacionalidade dos inspetores, mas disse que seus nomes foram enviados para a agência na semana passada.
Salehi afirmou que a decisão foi tomada porque os inspetores teriam elaborado um relatório "falso" sobre o programa nuclear iraniano. O documento, divulgado em maio, afirma ser "impossível" confirmar o caráter pacífico do programa atômico do Irã.
Fontes na AIEA em Viena admitiram que os Estados podem rejeitar inspetores e pedir à agência que proponham outros. No entanto, todos ficaram surpresos com o fato de o Irã ter acusado duas pessoas em particular, já que o informe foi redigido por cerca de 20 colaboradores da agência.
A AIEA negou que seus inspetores tivessem passado informações falsas sobre o programa nuclear do Irã. "A AIEA tem total confiança no profissionalismo e na imparcialidade dos inspetores em questão", disse o porta-voz da agência, Greg Webb.
"A agência confirma que seu relatório sobre a atuação de fiscais no Irã, publicado no dia 31 de maio de 2010, é totalmente preciso", afirmou Webb, explicando que a AIEA continuará a monitorar a situação no país.
Ainda segundo Salehi, o Irã não permitirá mais inspeções-surpresa a nenhuma instalação nuclear do país. A partir de agora, disse ele, as vistorias ficarão restritas ao que foi firmado no Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).
Potências ocidentais dizem acreditar que o Irã esteja enriquecendo material atômico para a fabricação de uma bomba, o que é negado pelo país persa.
Sanções
Ontem, o Congresso dos EUA deu o primeiro passo para a adoção de um novo pacote de sanções unilaterais contra o Irã. O Comitê de Bancos do Senado e o Comitê de Relações Exteriores da Câmara conseguiram fundir seus projetos de lei em um único texto que, uma vez aprovado, dará ao presidente Barack Obama o poder de penalizar empresas e instituições financeiras norte-americanas e estrangeiras que negociem com companhias iranianas do setor energético.
Em princípio, o projeto deverá alcançar a exportação de etanol ao Irã, negócio que o governo brasileiro gostaria que fosse fechado pela Petrobras.
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