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Mahmoud Ahmadinejad (centro) em Teerã, durante conferência islâmica: endurecimento contra agência da ONU | Morteza Nikoubazl /Reuters
Mahmoud Ahmadinejad (centro) em Teerã, durante conferência islâmica: endurecimento contra agência da ONU| Foto: Morteza Nikoubazl /Reuters

Segurança

Conselho da ONU está ultrapassado, diz ministro

Agência Estado

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) está ultrapassado e precisa de sangue novo, disse ontem o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, ontem, reclamando do fato de que os membros não-permanentes não são levados a sério. "O Conselho de Segurança (CS) já não reflete a realidade política", mas "a realidade de 65 anos atrás", acrescentou.

De acordo com Amorim, o Conselho de Segurança deveria olhar para o G-20, o grupo de economias industrializadas e emergentes, e incluir países como o Brasil, a Índia e a África do Sul como membros permanentes além dos atuais cinco integrantes com direito a veto – Estados Unidos, Grã-Bretanha, Rússia, China e França.

O chanceler brasileiro também reclamou da "falta de transparência e de nível técnico" nas decisões do conselho, do qual o Brasil é um dos dez membros não-permanentes.

O diretor do programa nuclear do Irã, Ali Akbar Salehi, declarou ontem que Teerã informou à Agência Internacional de Ener­­gia Atômica (AIEA) – organização integrante da ONU – que dois de seus inspetores não poderão mais entrar no país. De acordo com ele, os funcionários te­­riam vazado informações e elaborado relatórios falsos.

O chefe do programa nuclear iraniano não divulgou a identidade nem a nacionalidade dos inspetores, mas disse que seus no­mes foram enviados para a agência na semana passada.

Salehi afirmou que a decisão foi tomada porque os inspetores teriam elaborado um relatório "falso" sobre o programa nuclear iraniano. O documento, divulgado em maio, afirma ser "impossível" confirmar o caráter pacífico do programa atômico do Irã.

Fontes na AIEA em Viena ad­­mitiram que os Estados podem rejeitar inspetores e pedir à agência que proponham outros. No entanto, todos ficaram surpresos com o fato de o Irã ter acusado duas pessoas em particular, já que o informe foi redigido por cerca de 20 colaboradores da agência.

A AIEA negou que seus inspetores tivessem passado informações falsas sobre o programa nu­­clear do Irã. "A AIEA tem total confiança no profissionalismo e na imparcialidade dos inspetores em questão", disse o porta-voz da agência, Greg Webb.

"A agência confirma que seu relatório sobre a atuação de fiscais no Irã, publicado no dia 31 de maio de 2010, é totalmente preciso", afirmou Webb, explicando que a AIEA continuará a monitorar a situação no país.

Ainda segundo Salehi, o Irã não permitirá mais inspeções-surpresa a nenhuma instalação nuclear do país. A partir de agora, disse ele, as vistorias ficarão restritas ao que foi firmado no Tra­­tado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).

Potências ocidentais dizem acreditar que o Irã esteja enriquecendo material atômico para a fabricação de uma bomba, o que é negado pelo país persa.

Sanções

Ontem, o Congresso dos EUA deu o primeiro passo para a adoção de um novo pacote de sanções unilaterais contra o Irã. O Comitê de Bancos do Senado e o Comitê de Relações Exteriores da Câmara conseguiram fundir seus projetos de lei em um único texto que, uma vez aprovado, da­­rá ao presidente Barack Obama o poder de penalizar empresas e instituições financeiras norte-americanas e estrangeiras que negociem com companhias iranianas do setor energético.

Em princípio, o projeto deverá alcançar a exportação de etanol ao Irã, negócio que o governo brasileiro gostaria que fosse fe­­chado pela Petrobras.

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