O Irã enviou uma carta de protesto ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, por criticar o discurso do presidente Mahmoud Ahmadinejad contra Israel, durante uma conferência sobre racismo nesta semana. O presidente iraniano foi vítima de "críticas injustas e injustificadas", nas palavras do embaixador do Irã na ONU, Mohammad Khazaee. O Escritório da ONU em Genebra disse que não podia comentar o texto, porque ainda não o recebeu. Na segunda-feira, Ban disse deplorar "o uso dessa plataforma pelo presidente iraniano para acusar, dividir e mesmo incitar. Esse é o oposto do que essa conferência espera alcançar.

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"É profundamente lamentável que meu pedido de se olhar para um futuro de unidade não foi atendido pelo presidente iraniano", afirmou Ban em comunicado. Segundo o secretário-geral, ele e Ahmadinejad se encontraram antes da conferência, quando Ban teria ressaltado a importância da unidade na luta contra o racismo. O comentário de Ban foi uma resposta à denúncia de Ahmadinejad, durante o primeiro dia da conferência em Genebra, quando o iraniano qualificou Israel como um "regime cruel, repressivo e racista". A fala provocou uma debandada de delegados europeus e duras condenações da ONU, dos Estados Unidos e de vários outros países.

O embaixador do Irã afirmou que a liberdade de expressão e a tolerância estavam entre os princípios básicos da conferência sobre o racismo no mundo. "É inaceitável, e mesmo lamentável, que esses mesmos princípios foram ao fim desconsiderados na mesma conferência em que testemunhamos uma manifestação de intolerância de alguns", disse ele. Khazaee disse que o secretário-geral da ONU deveria ser "imparcial e justo", acrescentando que a maioria dos Estados membros da ONU estavam preocupados com a situação dos palestinos, por causa das políticas e ações de Israel.

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