Policial observa carro-bomba que explodiu em Kirkuk| Foto: Ako Rasheed/Reuters

Uma onda de atentados atribuídos à Al-Qaeda deixou ontem ao menos 107 mortos e mais de 200 feridos em 15 cidades do Iraque. Foi o ataque mais sangrento no país nos últimos dois anos.

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A ação, lançada com bombas e homens armados, expõe a fraqueza do governo iraquiano diante de grupos ultrarradicais que buscam semear o caos após a retirada norte-americana, em dezembro do ano passado.

A autoria dos ataques, que coincidem com o aumento da violência na vizinha Síria, não foi reivindicada. Mas o novo líder do braço iraquiano da sunita Al-Qaeda, Abu Bakir Al Baghdadi, divulgou mensagem de áudio alertando sobre o início de uma ofensiva contra os xiitas, ramo do islã majoritário no Iraque.

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O anúncio sinaliza a estratégia dos insurgentes de derramar sangue durante o mês sagrado do Ramadã, iniciado na semana passada. Neste período, os muçulmanos devem abster-se de ingerir bebidas e alimentos durante o dia.

Os atentados ocorreram em escala nacional e tiveram como principal alvo tanto forças de segurança como civis, marcas típicas da Al-Qaeda.

O primeiro ataque aconteceu ao amanhecer em Dhuluyia, a norte de Bagdá, onde insurgentes mataram com metralhadoras e granadas ao menos 16 policiais.

Nas horas seguintes, carros-bombas explodiram pelo país. O ataque mais mortífero ocorreu em Taji, na periferia de Bagdá, onde explosões deixaram 41 mortos.

Analistas afirmam que a Al-Qaeda está tirando proveito das crescentes divisões sectárias na política iraquiana para fomentar a violência.

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Alguns especialistas afirmam que grupos armados sunitas iraquianos sentem-se revigorados com o sucesso da insurgência síria sunita contra o regime de Bashar Assad, cujo clã é afiliado a um ramo do xiismo.