• Carregando...
Quem não encontrou vaga em hotel dorme em barracas ou em prédios públicos | Lourivaldo Silva
Quem não encontrou vaga em hotel dorme em barracas ou em prédios públicos| Foto: Lourivaldo Silva
  • Enchente em Cuzco dificulta transporte e já matou cinco pessoas

Enquanto esperam pelo resgate, os turistas presos em Machu Picchu, no Peru, vivem momentos reiterados de expectativa e frustração. Alguns helicópteros estão conseguindo pousar no lo­­cal, mas não há aparelhos suficientes para retirar todas as pessoas. Há comida e abrigo para os que ficam, mas os preços estão sendo inflacionados e parte dos turistas está em acampamentos improvisados.

No domingo, um deslizamento de terra provocado pela chuva bloqueou a ferrovia que leva às ruínas da cidade histórica inca. Cerca de 2 mil pessoas ficaram isoladas na comunidade de Águas Calientes, que funciona como complexo turístico de Machu Picchu. O Itamaraty confirmou a presença de 120 brasileiros.

Ontem aconteceram as primeiras retiradas com helicóptero. No final da tarde, os turistas relatavam a presença de "duas ou três" aeronaves auxiliando a evacuação, e cerca de 60 pessoas foram retiradas.

Muitos foram pegos desprevenidos pela situação e não têm dinheiro suficiente para pagar hotéis. Há pessoas dormindo em barracas disponibilizadas pela Defesa Civil local e em prédios públicos.

É o caso da turista argentina Marina (ela não quis informar sobrenome e idade). Vinda de Buenos Aires com dois amigos, ela virou hóspede provisória de um centro cultural. "Levamos di­­nheiro para um dia, e está quase acabando. Estamos economizan­­do para poder comer", diz.

Os turistas afirmam ter havido um aumento exagerado nos preços praticados pelo comércio local, que se tornou a única possi­­bilidade de comprar alimentos. "Fui tomar café, que custa 5 nuevos soles (equivalente a R$ 3,20), e me cobraram três nuevos soles a mais como ‘serviço’", conta Dio­­go Fernandes, turista de São Paulo.

"A garrafa de água subiu de dois para quatro nuevos soles", exemplifica Lourivaldo Silva Jú­­nior, de Paranaguá. Ainda de acordo com os turistas, há poucos estabelecimentos que aceitam cartões de crédito e débito, e o dinheiro disponível nos caixas eletrônicos também acabou.

O governo peruano diz de­­pender das condições climáticas para realizar um resgate por he­­licóptero em larga escala e que a ferrovia pode ser desbloqueada até amanhã.

Cinco pessoas já morreram na região de Cuzco por causa dos tem­­porais, que também deixaram povoados alagados, pon­­tes destruídas e casas derrubadas. O governo do Peru de­­­­cla­­rou estado de emergência.

* * * * *

Interatividade

Você conhece alguém que esteja ilhado em Machu Picchu?

Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br

As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]