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O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan| Foto: EFE/Juan Carlos Hidalgo

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, anunciou neste sábado (28) a retirada dos representantes diplomáticos do Estado judeu que estão na Turquia, em uma aparente reação ao discurso do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que comparou os bombardeios de Israel contra a Faixa de Gaza com o Holocausto do regime nazista alemão.

"Vendo as graves declarações que chegam da Turquia, ordenei o retorno dos representantes diplomáticos daquele país para proceder a uma reavaliação das relações entre Israel e Turquia", escreveu Cohen em seu perfil no X (antigo Twitter).

Horas antes, em discurso perante uma grande multidão em Istambul, Erdogan comparou o bombardeio da contraofensiva israelense na Faixa de Gaza ao Holocausto judeu e às bombas atômicas da Segunda Guerra Mundial, atribuindo tudo à "mentalidade do Ocidente".

"Eles são bons em matar. Aniquilaram judeus em câmaras de gás, apagaram cidades do mapa com os seus habitantes dentro com bombas atômicas. A mesma mentalidade que vemos hoje em Gaza", disse o presidente turco durante a manifestação.

Na terça-feira (24), Erdogan tinha declarado que o Hamas, a organização terrorista que domina Gaza e que lançou um ataque brutal contra Israel no último dia 7 de outubro, matando mais de 1,4 mil pessoas, a maioria civis, "não é uma organização terrorista, mas um grupo de combatentes da liberdade".

Há pouco mais de um ano, Israel e Turquia trocaram embaixadores, após cinco anos de tensões, dando início a uma reconciliação que culminou com a visita do presidente israelense, Isaac Herzog, a Ancara, em março, estando prevista uma visita de Netanyahu à Turquia e uma visita de Erdogan a Israel.

Erdogan anunciou na terça-feira que abandonou este plano e, nos últimos dias, aumentou o tom das suas críticas contra o Estado judeu.

De acordo com a imprensa israelense, os representantes diplomáticos de Israel na Turquia já retornaram ao seu país na quinta-feira (26) por razões de segurança, mas tratou-se de uma "medida temporária", enquanto a mensagem de Cohen transmite uma mensagem diplomática de ruptura.

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