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Israel vai manter suas tropas no Líbano durante meses, se for necessário, até que a força multinacional de paz esteja posicionada no sul do país, disse um comandante do Exército a um comitê parlamentar. A Rádio Israel disse que um oficial da inteligência militar estimou em semanas o prazo para retirada, mas o chefe de gabinete das Forças de Defesa de Israel, Dan Halutz, discordou:

- Israel deixará suas forças no Líbano até que as forças multinacional cheguem, mesmo que leve meses.

Ele também condicionou a retirada à chegada das tropas do Líbano.

O governo libanês autorizou nesta quarta-feira o envio de tropas.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse a uma TV israelense que mais forças de paz serão enviadas à região "assim que possível". Um funcionário de alto escalão da ONU disse que cerca de 3.500 soldados internacionais devem chegar ao sul do Líbano num prazo de 10 a 15 dias.

Mas o Hezbollah não pretende sair do sul do Rio Litani e se desamar, disse um alto integrante do grupo, Hassan Fadlallah, em entrevista à rede Al-Jazeera. Ele é integrante do parlamento libanês e pertence ao bureau político da milícia.

A retirada parcial está em curso, porém. (Veja imagens da retirada) , enquanto o exército libanês se prepara para ocupar a região. Com a suspensão das hostilidades entre o Hezbollah e as Forças de Defesa de Israel, dezenas de milhares de refugiados de guerra começaram a voltar para as suas casas, no sul do líbano e no norte de Israel .

Há um fluxo caótico de refugiados xiitas voltando às aldeias do sul , apesar do risco dos explosivos deixados pelo combate e dos folhetos israelenses que alertam que ainda não é completamente seguro regressar.

E o fluxo no necrotério em Tiro, no Líbano, dá a dimensão da morte no país. A cidade foi obrigada a abrir valas comuns.

O Exército israelense, que levou 30 mil soldados ao sul do Líbano para combater a guerrilha xiita, pretende começar a entregar alguns bolsões de território a forças da ONU dentro de um ou dois dias. Segundo o comandante das Forças Armadas de Israel, general Dan Halurtz, a retirada completa deve se dar num prazo de 7 a 10 dias.

A rapidez da retirada israelense reflete o temor de que os soldados sejam alvos fáceis do Hezbollah. O Exército não informou quantos soldados já deixaram a região.

Segundo uma importante fonte política, o exército libanês seguirá à risca a resolução aprovada na sexta-feira pelo Conselho de Segurança da ONU e começará a posicionar cerca de 15 mil soldados ao sul do Rio Litani já na quinta-feira. A força estaria sendo reunida em vários quartéis.

- O Exército está preparando a força - disse a fonte, acrescentando que os militares libaneses vão ficar afastados das áreas ocupadas por Israel até a chegada da força da ONU.

Trégua frágil

Na opinião de especialistas, tão difícil quanto chegar a um cessar-fogo na região será mantê-lo. A trégua é frágil e incidentes têm sido reportados por ambas as partes. Na terça-feira, soldados israelenses alvejaram cinco combatentes do Hezbollah em confrontos. Na segunda-feira, outros dois integrantes do grupo radical islâmico teriam sido mortos pelas Forças de Israel.

Um importante comandante do Hezbollah também teria sido morto em um confornto, poucas horas antes do início da trégua, na madrugada de segunda-feira.

Segundo autoridades militares israelenses, quatro morteiros do Hezbollah caíram perto das suas tropas na madrugada deste terça-feira, sem fazer vítimas.

Pelo menos 1.110 libaneses e 157 israelenses morreram no conflito iniciado em 12 de julho, quando o Hezbollah capturou dois soldados israelenses numa ação na fronteira. Israel diz ter matado 530 guerrilheiros. O Hezbollah admite ter sofrido apenas 80 mortes.

O chanceler francês, Philippe Douste-Blazy, cujo país deve comandar a missão reforçada da ONU no Líbano, vai a Beirute na quarta-feira discutir o deslocamento militar, a reabertura dos portos e aeroportos libaneses e a ajuda humanitária, segundo a chancelaria francesa.

Em Israel, o ministro da Defesa, Amir Peretz, anunciou que uma comissão investigará os pormenores da ofensiva no Líbano.

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