Ataque à casa de uma família palestina em Duma, na Cisjordânia, em julho de 2015, terminou com a morte de um casal e de seu filho de 18 meses.| Foto: Abed Omar Qusini/Reuters

A Justiça de Israel indiciou neste domingo (3) quatro extremistas judaicos por envolvimento no ataque à casa de uma família palestina em Duma, na Cisjordânia, que terminou com a morte de um casal e de seu filho de 18 meses.

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A ação, realizada em 31 de julho de 2015, também deixou uma criança de quatro anos gravemente ferida e foi um dos fatos que alimentaram a onda de violência entre israelenses e palestinos iniciada em setembro do ano passado.

Amiram Ben-Uliel, 21, morador de um assentamento judaico, foi indiciado por triplo homicídio, tentativa de homicídio e por pertencer a uma organização terrorista. Ele é acusado de ter atirado o coquetel molotov que queimou a casa.

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Um adolescente de 17 anos que, segundo a Promotoria, estava com Ben-Uliel foi considerado cúmplice do assassinato e indiciado por conspirar para cometer um homicídio por motivos racistas.

Além deles, a Justiça também acolheu os processos contra Yinon Reuveni, 20, e outro adolescente israelense acusados de fazerem ataques violentos contra palestinos e participarem de uma organização terrorista.

Tragédia

O incêndio criminoso à casa da família Dawabsheh provocou a morte instantânea do bebê Ali, de 18 meses. Seus pais, Riham e Saad, morreram no hospital devido às queimaduras. O outro filho do casal, Ahmad, 4, ainda está internado.

Os pais de Ben-Uliel dizem que o filho é inocente e acusam as forças de segurança de torturá-lo no interrogatório para que confessasse a autoria do crime. Para o irmão de Saad Dawabsheh, Nasser, os indiciamentos não são suficientes.

“É claro que as instituições de Israel não são sérias. Claramente existe uma organização por trás deste crime, até a imprensa sabe disso. E o governo não fez nada sério para evitar isso e não age para perseguir os assassinos.”

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Revolta

O ataque, feito enquanto a família dormia, provocou revolta entre os palestinos e foi condenado por políticos de Israel. Na época, o primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, prometeu tolerância zero contra os responsáveis.

Diante da determinação, diversos extremistas judeus foram presos, alguns deles sem mandados judiciais. A ofensiva levou a críticas da oposição ao chefe de governo por não ter tratado da mesma forma outros ataques contra palestinos.

A demora na investigação do crime e no indiciamento dos responsáveis irritou os palestinos que consideram a Justiça israelense enviesada, por usar um tratamento diferente para processar extremistas judeus ou criminosos palestinos.

O incêndio criminoso foi um dos motivos que levou ao fim oficial do último processo de paz entre Israel e palestinos e alimentou a onda de violência na Cisjordânia, em Jerusalém Oriental e em algumas regiões israelenses.

Desde o início de outubro, 21 pessoas morreram do lado israelense, a maior parte em esfaqueamentos, ataques a tiros e atropelamentos, enquanto 131 palestinos foram mortos por soldados, 90 acusados de terem atacado israelenses.

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