O professor israelense, naturalizado americano, Robert Aumann, que ganhou o Nobel de Economia nesta segunda-feira por suas pesquisas sobre estratégia e conflitos, não ofereceu muita esperança para seus compatriotas que aguardam o fim das décadas de luta contra os palestinos.
- Isso está acontecendo há pelo menos 80 anos, e para mim vai continuar acontecendo por pelo menos mais 80 anos. Não vejo um fim, sinto dizer - disse ele quando questionado sobre as perspectivas de paz.
Aumann e o americano Thomas Schelling dividiram o Nobel de Economia de 2005 por seu trabalho sobre a "teoria dos jogos", a ciência que tenta determinar o que grupos rivais devem fazer para garantir o melhor resultado para si mesmos.
O trabalho de Aumann, que trata de partes que interagem entre si por muito tempo - os chamados jogos repetidos -, mostrou que a colaboração pacífica costuma ser uma solução equilibrada, mesmo em casos em que os lados enfrentam conflitos de interesse, por períodos curtos.
Apesar de seu pessimismo quanto à questão israelo-palestina, Aumann, de 75 anos, sugeriu que a ciência poderia ajudar a solucionar o conflito.
- Espero que talvez alguma teoria dos jogos possa ser usada e contribua para a solução - afirmou o acadêmico, em declarações dadas por telefone aos responsáveis pelo Nobel.
Aumann tem origem alemã e perdeu um filho que servia no Exército israelense na invasão do Líbano, em 1982, que visava a reprimir as guerrilhas palestinas.
-
Mais de 400 atingidos: entenda a dimensão do relatório com as decisões sigilosas de Moraes
-
Leia o relatório completo da Câmara dos EUA que acusa Moraes de censurar direita no X
-
Revelações de Musk: as vozes caladas por Alexandre de Moraes; acompanhe o Sem Rodeios
-
Mundo sabe que Brasil está “perto de uma ditadura”, diz Bolsonaro