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Isaac Herzog, o oposicionista, e Bejamin Netanyahu, o atual premiê | Reuters
Isaac Herzog, o oposicionista, e Bejamin Netanyahu, o atual premiê| Foto: Reuters

Os israelenses vão hoje às urnas para decidir entre a continuidade das políticas do atual governo, de manter assentamentos e impedir a criação de um Estado palestino, e a opção representada pela coalizão entre o Partido Trabalhista e o Hatnuah, que defende “diálogo com os vizinhos” palestinos. As pesquisas indicam uma derrota do Likud, partido do atual premiê, Benjamin Netanyahu.

Alternância

A líder do partido Hatnuah, Tzipi Livni, e o líder do Partido Trabalhista, Isaac Herzog, poderão se revezar no cargo de premiê caso a coalizão de oposição vença hoje. Ontem, Livni disse que pode abrir mão do acordo para fortalecer um eventual governo de Herzog.

As pesquisas dão uma vantagem de quatro cadeiras no parlamento para a oposição, o que colocaria fim ao governo de Netanyahu. A oposição aposta em Isaac Herzog, um advogado de 54 anos de Tel-Aviv que promete colocar um fim ao “reinado” do atual premiê.

No ataque

Atrás nas pesquisas, Netanyahu partiu para o ataque ontem e prometeu que não haverá um Estado palestino enquanto estiver no poder. Para ele, caso o território seja plenamente concedido aos palestinos, há o risco de que o novo Estado caia nas mãos de extremistas islâmicos.

“Todos aqueles que querem a criação de um Estado palestino e a retirada desses territórios deixam essas áreas vulneráveis a ataques de extremistas islamitas contra o Estado de Israel. Esta é a realidade que emergiu nos últimos anos”, afirmou.

Questionado sobre a defesa pela solução dos dois Estados que fez em um discurso em 2009, o chefe de governo disse que a realidade na região agora é outra. “Este discurso foi proferido antes da tempestade árabe chamada Primavera Árabe que varreu o Oriente Médio, trazendo o islã radical”, disse.

Netanyahu prometeu continuar a construir casas para colonos em Jerusalém Oriental ocupada, com o objetivo declarado de impedir a divisão da cidade.

“Não existe opção”

Isaac Herzog não se destaca por ser um político carismático e não tem um glorioso passado militar, como muitos líderes israelenses, mas soube reconduzir o Partido Trabalhista de Israel após anos em queda livre.

A recuperação se deve, em grande parte, à união com Tzipi Lvini, líder partido centrista Hatnuah, após ela ter sido destituída, em dezembro do ano passado, do cargo de ministra da Justiça.

“Meu objetivo mais importante é substituir Netanyahu. Trato de vencer e vencerei, serei o próximo primeiro-ministro e não existe outra opção”, afirmou Herzog em recente entrevista.

Os setores mais radicais de Israel fizeram caricaturas de Herzog vestindo uma kufiya (espécie de pano usado na cabeça no Oriente Médio, como o usado pelo ex-líder palestino Yasser Arafat). Eles criticam as declarações do candidato, que pede diálogo com a Palestina. Chamam-no de covarde e acusam-no de não ter experiência em questões de segurança.

Herzog possui outras credenciais: pertence a uma linhagem que une a aristocracia política, religiosa e militar; é deputado desde 2003 e foi ministro em cinco oportunidades entre 2005 e 2011. Nas últimas semanas, tentou minimizar as críticas sobre seu curto perfil militar: alegou que foi membro do gabinete de segurança em sete ocasiões e que, com a experiência de Lvini, ambos somam 15 passagens pelo órgão.

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