Crianças estrangeiras não vão poder ultrapassar os 30 por cento dos estudantes nas salas de aula italianas a partir de setembro, disse o governo da Itália nesta sexta-feira, em um plano atacado por críticos como racista.
O governo conservador da Itália disse que está introduzindo a medida polêmica em uma tentativa de melhor integrar as crianças imigrantes na sociedade italiana e evitar que elas fiquem reunidas em "guetos" formados apenas por estrangeiros.
"A escola deve ser um lugar de integração", disse a ministra da Educação Mariastella Gelmini em comunicado. "Nossas escolas estão prontas para aceitar todas as culturas e as crianças do mundo. Ao mesmo tempo, as escolas italianas devem manter suas próprias tradições com orgulho e ensinar a cultura de nosso país".
A oposição de centro-esquerda e sindicalistas atacaram a proposta como uma medida errada, que iria apenas aumentar um sentimento de exclusão entre os imigrantes. Um líder da oposição, Antonio Di Pietro, descreveu o plano como perigoso.
"É perigoso porque atos bárbaros foram cometidos no passado em nome da proteção das espécies e da identidade nacional", disse Di Pietro.
"Estabelecer um teto de 30 por cento de estudantes estrangeiros nas salas de aula não favorece a integração, mas tem o sabor amargo do racismo".
Muitas crianças de pais imigrantes vivendo na Itália não são italianas, já que a política da cidadania favorece os ancestrais italianos sobre o local de nascimento. Há cerca 600 mil estudantes estrangeiros nas escolas italianas, 35 por cento dos quais nascidos na Itália.
- Países da UE divergem quanto ao uso de scanners
- Grupo de consumidores italianos planeja processar a Microsoft
- Nevascas na Europa e na América do Norte atrapalham negócios
-
Mais de 400 atingidos: entenda a dimensão do relatório com as decisões sigilosas de Moraes
-
Leia o relatório completo da Câmara dos EUA que acusa Moraes de censurar direita no X
-
Revelações de Musk: as vozes caladas por Alexandre de Moraes; acompanhe o Sem Rodeios
-
Mundo sabe que Brasil está “perto de uma ditadura”, diz Bolsonaro