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O governo de centro-esquerda da Itália, acusado por seus adversários de ser tolerante demais nas questões sobre imigração, endureceu sua postura com um decreto que permite à polícia expulsar do país cidadãos da União Européia que forem considerados perigosos para a sociedade.

O decreto do premiê Romano Prodi entrou em vigor na noite de quarta-feira depois de uma onda de crimes violentos na Itália -- muitos atribuídos a imigrantes da Romênia, que entrou este ano na União Européia.

"Nos primeiros sete meses do ano, os romenos responderam por 75 por cento das pessoas detidas nos casos de estupro, roubos e assassinatos. Temos claramente um problema específico", disse o prefeito de Roma, Walter Veltroni, com base em estatísticas da capital.

Prodi, que já chefiou a Comissão Européia, observou que crimes cometidos por romenos não são "só um problema que envolve a Itália" e indicou que pode discutir a questão com outros países.

A oposição de centro-direita da Itália há muito tempo reclama um controle maior da imigração ilegal.

O gabinete de Prodi tinha enviado um pacote de segurança para o Parlamento esta semana que incluía a medida sobre a expulsão. Mas Prodi, sentindo a urgência da questão, resolveu colocá-la em vigor por decreto durante uma reunião emergencial do gabinete na quarta-feira, depois da prisão de um romeno acusado de estuprar a mulher de um oficial da Marinha italiana.

Ela está em coma profundo, e o caso vem recebendo grande atenção dos italianos.

O ministro do Interior da Romênia, Cristian David, disse que se trata de "casos isolados e excepcionais", que prejudicam a imagem dos cidadãos de seu país.

Os cidadãos da UE podem viajar livremente pelo bloco, mas as autoridades italianas dizem que a expulsão está dentro da lei.

Pelo decreto, além de a polícia pode expulsar cidadãos da UE considerados perigosos, eles podem ficar presos por até três anos se voltarem ao país.

Não há necessidade de julgamento antes da expulsão, e as justificativas podem ir desde condenações anteriores até falta de renda, disse à Reuters um representante do Ministério do Interior.

Os romenos compõem hoje a maior comunidade imigrante da Itália. As autoridades italianas já pediram a Bucareste que ajude a conter o fluxo de imigrantes.

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