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Idosa deixa uma das tendas montadas após o terremoto para receber a população | Giorgio Benvenuti/Reuters
Idosa deixa uma das tendas montadas após o terremoto para receber a população| Foto: Giorgio Benvenuti/Reuters

Milhares de italianos passaram a noite em seus carros ou em refúgios temporários, após o forte terremoto que sacudiu o nordeste do país no domingo, deixando sete mortos e várias casas e edifícios históricos em ruínas, na região de Ferrara.

Temendo a queda de novos edifícios, centenas de pessoas passaram a noite em seus carros, enquanto outras dormiram em refúgios temporários nos quais as autoridades locais instalaram camas, mesas e cadeiras.

Segundo os serviços de emergência, dezenas de pessoas também ficaram feridas no tremor de 6 graus na escala Richter, que atingiu a região industrial e densamente povoada de Emilia-Romana às 02h00 GMT de domingo (23h00 de Brasília de sábado) e levou os moradores a sair correndo de suas casas.

Estudante brasileira conta como foi terremoto na Itália

"O terremoto durou apenas 20 segundos, mas sacudiu todo o prédio e as coisas começaram a cair." É assim que a estudante brasileira Ana Carolina Costa Siqueira, de 23 anos, que mora em Bolonha descreve os tremores do terremoto.

O primeiro tremor aconteceu por volta das 4h (23h de sábado, no Brasil) e estava todo mundo dormindo. Eu moro no sexto andar e o prédio sacudiu inteiro de um jeito muito forte - disse a jovem que mora há quatro anos no país e ainda não tinha presenciado nenhum terremoto.

A estudante contou ainda que a maioria das pessoas foram para as ruas após o terremoto. Segundo ela, em Bolonha não houve tantos danos em prédios e as pessoas voltaram para suas casas pouco tempo depois. Por volta de 5h houve um novo tremor mais fraco.

"Eu tenho uma vizinha que estava em L'Aquila, em 2009, quando aconteceram os terremotos mais fortes. Ela estava desesperada por causa dos filhos. A grande preocupação é que não sabemos se terá um novo tremor", falou a estudante que cursa economia na Universidade de Bolonha.

Danos ao patrimônio histórico

A região do nordeste da Itália sofreu "notáveis danos ao patrimônio cultural", informou em nota o ministério para os Bens Culturais.

"Depois de uma primeira avaliação, (observou-se que) os danos foram notáveis", diz o comunicado, ao fazer um primeiro balanço do terremoto, que causou a morte de pelo menos seis pessoas, deixou dezenas de feridos e destruiu monumentos históricos da região de Ferrara, cidade declarada Patrimônio Mundial da Humanidade em 1995.

Importantes monumentos de Ferrara, com uma estrutura urbanística que remonta ao século XIV, sofreram danos entre eles a praça Savonarola assim como a fachada do Castelo Estense, emblema da cidade.

Também foram registrados deslizamentos e rachaduras em várias igrejas importantes, entre elas a de São Carlo e de Santa Maria in Vado.

Na pequena localidade de Poggio Renatico, na região de Ferrara, a torre do relógio do Castelo Lambertini, sede da prefeitura foi derrubada.

A Itália conta com um patrimônio artístico inestimável, cuja fragilidade ficou evidente durante os terremotos de setembro e outubro de 1997 em Umbria e Marcas, duas regiões do centro.

Nessa ocasião a basílica de São Francisco de Assis, famosa pelos afrescos de Giotto, desabou e teve que ser submetida a uma importante e cara restauração.

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