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Manifestantes protestaram ontem em frente à residência oficial do premiê japonês Shinzo Abe | Kimimasa Mayama/Efe
Manifestantes protestaram ontem em frente à residência oficial do premiê japonês Shinzo Abe| Foto: Kimimasa Mayama/Efe

Saiba como aconteceu a captura e a tentativa de resgate do jornalista Kenji Goto, decapitado no sábado por extremistas do Estado Islâmico:

Captura

Experiente correspondente de guerra, Kenji Goto foi capturado em outubro pelo EI, depois que viajou à Síria para tentar libertar o empresário Haruna Yukawa, 42, que havia sido sequestrado em setembro.

Recompensa

No dia 20, o EI pediu US$ 200 milhões de recompensa ao Japão para liberar os dois, com um ultimato de três dias. Diante da negativa do governo, Yukawa teve a cabeça cortada pelos extremistas.

Exigência

Os militantes fizeram uma nova exigência para libertar o jornalista: que o Japão negociasse com a Jordânia a soltura da iraquana Sajida al-Rishawi, condenada à morte pela Justiça jordaniana por tentar atacar um hotel em Amã em 2005, a mando da Al Qaeda.

Troca

Após o novo pedido, as autoridades do Japão e da Jordânia se reuniram para tentar resolver a crise. O país árabe propõe trocar Rishawi pelo piloto Muath al-Kaseasbeh, capturado em dezembro, desde que houvesse provas de que o refém estava vivo.

Contra-proposta

O EI faz uma contra-proposta, dizendo que libertaria Kenji Goto e manteria vivo o jordaniano em troca da presa, dando quatro dias de prazo para a libertação da iraquiana. Diante da falta de resposta da Jordânia, Goto foi decapitado.

O governo do Japão considerou "muito provável" que o vídeo publicado na internet pelo Estado Islâmico (EI) mostrando o corpo decapitado do jornalista japonês Kenji Goto seja autêntico, disse ontem o ministro porta-voz, Yoshihide Suga.

Ao ser perguntado em entrevista coletiva se o Executivo considera que o corpo decapitado que aparece nas imagens é o de Goto, Suga declarou que, "levando em conta a análise realizada pela equipe científica da Agência Nacional de Polícia, é muito provável que seja autêntico".

Suga insistiu também em que o Executivo não teve contato direto com o EI, que exigia a libertação da extremista iraquiana Sajida al Rishawi, condenada à morte na Jordânia, em troca de entregar Goto, detido desde outubro, e o piloto jordaniano Moaz Kasasbeh, em poder do EI na Síria desde dezembro.

Decapitação

Um vídeo divulgado no sábado em sites ligados a grupos radicais islâmicos mostra um militante do EI matando o jornalista japonês, que era mantido refém pela milícia há três meses na Síria.

Na gravação, publicada sob o título "Uma mensagem ao governo do Japão", um homem vestido de preto e encapuzado aparece com o refém japonês, que traja um macacão laranja, similar à roupa usada pelos presos da base americana de Guantánamo.

Com sotaque britânico, o militante afirma que mata o refém japonês devido à contribuição de US$ 200 milhões feita pelo governo do primeiro-ministro Shinzo Abe para os combatentes contrários o EI na Síria e no Iraque.

"Abe, devido à decisão imprudente de participar desta guerra que vocês não vencerão, este homem não só abaterá Kenji, mas também provocará uma carnificina onde seu povo estiver. Então, que comece o pesadelo para o Japão", disse o militante. Na cena seguinte, o corpo de Goto aparece com a cabeça cortada, seguindo o mesmo roteiro de outros vídeos feitos pelo EI.O primeiro-ministro do país, Shinzo Abe, disse que o Japão não se renderá ao terrorismo. "Estou extremamente furioso por estes atos odiosos e desprezíveis. Nunca perdoaremos os terroristas".

Jordânia tenta salvar piloto de ameaça do Estado Islâmico

Efe

A Jordânia deu continuidade ontem às tentativas de salvar o piloto Moaz Kasasbeh, também refém do Estado Islâmico (EI). O porta-voz do Executivo jordaniano, Mohammed al Momani, repudiou em comunicado a execução de Goto e o terrorismo que vem sendo praticado pelo EI.

Al Momani ressaltou que seu país continua "se esforçando" para conseguir a libertação de Kasasbeh, capturado pelos extremistas no dia 24 de dezembro enquanto participava de uma ofensiva aérea da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos contra o EI.

As tensas negociações entre o grupo jihadista e os governos de Jordânia e Japão não evitaram que o jornalista japonês fosse decapitado. "A Jordânia não poupou nenhum esforço para proteger a vida do refém japonês e salvá-lo, e estava em constante contato e coordenação com o governo japonês", disse Al Momani, que acrescentou que "os terroristas recusaram todas as tentativas" jordanianas para libertar o repórter.

Em troca, o EI exigia a libertação da terrorista Sayida al Rishawi, condenada à pena de morte na Jordânia. Amã aceitou trocar Al Rishawi por Goto e Kasasbeh, mas aparentemente a negociação ficou congelada porque a Jordânia exigiu uma prova de que o piloto estava vivo.

O porta-voz da Jordânia afirmou que o país ainda tenta conseguir a "prova" que Kasasbeh continua vivo para fazer com que retorne ao país.

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