Após se reunir com o presidente de Israel, Shimon Peres, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse não acreditar no aumento da tensão na América do Sul por causa das últimas declarações do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. "O Brasil vê tudo isso com moderação. Não creio que vá acontecer absolutamente coisa alguma", declarou o ministro. "Cremos que tudo isso possa ser resolvido com o diálogo e a posição do Brasil é sempre uma posição de moderação", completou.

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Jobim reconheceu, no entanto, que as declarações de Chávez podem atrapalhar a entrada da Venezuela no Mercosul. Para ele, "poderá haver uma reação por parte dos setores do Senado". "Eu creio que devemos aceitar e a Venezuela deve participar do Mercosul porque é sempre bom ter presente, estar presente, estar junto do que estar distante", disse.

Jobim negou que possa haver movimentação das tropas brasileiras por conta das declarações de Chávez. O presidente venezuelano pediu, no final de semana, em meio ao clima crescente de tensão de seu país com a Colômbia, que seus generais ficassem prontos para a guerra.

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O ministro informou que está indo ao Rio de Janeiro participar de uma reunião que trata da criação de estratégia em defesa da América do Sul. Questionado se o conselho de defesa da América do Sul poderia ser acionado para diminuir a tensão entre a Colômbia e a Venezuela, Jobim disse que este conselho ainda está em fase de formação.

Ele comentou, no entanto, que nesse encontro que terá no Rio, vai se encontrar com o ministro da Defesa do Equador para apressar a criação do conselho. Indagado se o Brasil vai procurar a Venezuela para conversar e tentar reduzir a tensão na região, Jobim respondeu: "Não creio que a tensão vai aumentar. A tensão faz parte da retórica do continente".

O ministro informou ainda que está sendo realizada uma operação no sul do país, denominada Cadeado, em parceria com a Polícia Federal e as polícias daqueles Estados. A operação, que está realizada na fronteira sul tem por objetivo o combate a narcotráfico e de armas. Ele disse que a operação é de rotina dentro das novas funções das Forças Armadas.