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"Por favor, libertem-no". A frase foi estampada em ideo­gramas garrafais na primeira página de um jornal chinês em defesa de um repórter detido após publicar reportagens críticas sobre uma empresa estatal.

Foi um caso raro de protesto público em um país onde não há imprensa independente e o governo tem apertado o cerco à liberdade de expressão com prisões de advogados e blogueiros.

O inédito desafio à censura oficial e à ação da polícia partiu do jornal estatal Xin Kuai Bao ("Novo Expresso"), de Guangdong, no sul do país.

Segundo a publicação, o repórter Chen Yongzhou foi preso na semana passada devido a uma série de reportagens investigativas em que apontava fraudes cometidas pela empresa Zoomlion, da cidade de Changsha, na província vizinha de Hunan.

Segunda maior fabricante de equipamentos de construção da China, a Zoomlion é parcialmente controlada pelo governo de Hunan.

"Caros leitores: nosso repórter Chen Yongzhou escreveu sobre problemas financeiros na Zoomlion e foi detido pela polícia de Changsha fora de sua jurisdição, acusado de danos ao prestígio dos negócios. Por isso, tivemos de nos manifestar", diz o editorial.

Em mais de dez reportagens publicadas entre setembro de 2012 e junho deste ano, Chen acusou a Zoomlion de inflar lucros, fraudar vendas e difamar concorrentes. A empresa negou tudo com veemência.

Viral

O protesto do jornal tornou-se viral na internet chinesa e em pouco tempo era um dos tópicos mais comentados no popular microblog Weibo (o Twitter local).

Profissionais de mídia se uniram em apoio ao repórter detido, com apelos por sua libertação. Além disso, cerca de 30 advogados assinaram um protesto e criaram um grupo para acompanhar o caso de Chen.

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