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Em Kiev, pessoas fazem homenagem ao jornalista russo assassinado | SERGEI SUPINSKYAFP
Em Kiev, pessoas fazem homenagem ao jornalista russo assassinado| Foto: SERGEI SUPINSKYAFP

Um jornalista russo crítico do presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi morto a tiros em sua casa em Kiev nesta terça-feira (29). Este é o terceiro assassinato de um opositor do Kremlin na capital da Ucrânia nos últimos dois anos.

Horas depois ele reapareceu vivo. Confira a história aqui.

Arkady Babchenko, que se mudou para a Ucrânia no ano passado depois de ter sido ameaçado em sua terra natal, foi atingido por tiros quando saia de casa para comprar pão. Ele morreu devido a ferimentos dentro de ambulância a caminho do hospital, segundo informou a polícia local. Os oficiais falaram também que o assassinato pode estar relacionado ao seu trabalho como repórter. 

O assassinato vai pressionar ainda mais as relações entre a Ucrânia e a Rússia, aliados pós-soviéticos que cortaram relações depois da queda do líder pró-Kremlin na Ucrânia em 2014, e também terá impacto além da região, já que a diplomacia entre a Rússia e os países do Ocidente ficou ainda mais instável depois da tentativa de assassinato de um ex-agente duplo russo e sua filha no Reino Unido neste ano.

"A máquina totalitária da Rússia não perdoou sua honestidade", disse o primeiro-ministro ucraniano, Volodymyr Hroisman, no Facebook. "Ele era um verdadeiro amigo da Ucrânia, que disse a verdade sobre a agressão russa". 

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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, reclamou que seu país está sendo acusado sem provas, chamando o assassinato de "uma tragédia". O Comitê de Investigação da Rússia disse que abriu uma investigação sobre a morte de Babchenko. 

Ameaças constantes

Babchenko, 41 anos, ficou famoso como correspondente de guerra na Rússia. Ele viajou para cobrir o conflito na Ucrânia, que continua fazendo vítimas, e criticou a queda do voo MH17 da Malaysia Airlines, que matou 298 pessoas. Investigadores da Austrália e da Holanda na semana passada culparam a Rússia pela tragédia. 

Tendo sido chamado de antipatriótico por criticar a intervenção da Rússia na Síria, Babchenko reclamou de uma atmosfera de ódio contra seu trabalho. 

"Aluns querem que eu perca a cidadania russa, outros estão fazendo um jogo online no qual você pode me bater até a morte", disse ele. "Na Rússia, dissidentes como eu são assediados com impunidade". 

Babchenko trabalhava para um canal de televisão local na Ucrânia e continuou a denunciar ameaças à sua vida. Sua esposa, que estava no apartamento quando o assassinato ocorreu, estava em choque e incapaz de ser questionada. 

A morte de Babchenko segue os assassinatos do proeminente jornalista russo Pavel Sheremet, morto em um carro-bomba em Kiev em 2016, e do ex-deputado russo Denis Voronenkov, morto a tiros na cidade em 2017.

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