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Confira perguntas e respostas da gripe suína |
Confira perguntas e respostas da gripe suína| Foto:

O jovem carioca, de 21 anos, que está internado com gripe suína no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, na Ilha do Fundão, falou pela primeira vez sobre a doença. Em entrevista ao Extra Online, ele disse estar chateado com as notícias de que teria sido irresponsável - nega ter chegado de Cancún com os sintomas da doença - como foi dito nesta sexta em entrevista coletiva do Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e disse que não foi ao Maracanã assistir ao jogo do Flamengo. Nesta sexta-feira, um amigo do jovem deu entrada no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), do Fundão, com suspeita de ter sido infectado.

De acordo com a Globonews, o rapaz esteve em contato com o paciente durante o fim de semana. Na quinta-feira, foi divulgado que o paciente infectado não sentia nada e assistiu, na casa de amigos, ao jogo do Flamengo, no domingo. No entanto, durante coletiva com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, o governador do Estado do Rio, Sérgio Cabral, o prefeito da cidade, Eduardo Paes, e os secretários estadual e municipal de Saúde, Sérgio Côrtes e Hans Dohmann, foi confirmado que o rapaz já chegou ao Brasil com sintomas da doença.

Segundo autoridades de saúde, o monitoramento do rapaz, cuja identidade não foi revelada, não se iniciou no aeroporto porque não houve comunicação sobre a suspeita.

De acordo com Roberto Fiszman, chefe de epidemilogia do hospital, o amigo com suspeita de ter contraído o vírus está isolado e em monitoramento. Já o caso confirmado, ficará internado por até dez dias, tempo que dura o ciclo do vírus. Ele está num quarto com sistema de ventilação próprio e pressão negativa.

O Centro vem monitorando todos os que tiveram contato com o rapaz, mas não revela números para não causar pânico nas pessoas. Uma van com técnicos da Vigilância Sanitária e da Anvisa esteve nesta sexta-feira de manhã pesquisando pessoas que tiveram contato com o rapaz, aumentando assim o número de monitorados pelo Centro.

Na quinta-feira, quatro casos foram confirmados no Brasil - dois em São Paulo, um no Rio de Janeiro e outro em Minas Gerais. Ao todo, 15 casos são monitorados, segundo o Ministério da Saúde. Segundo Côrtes, há sete casos sendo investigados no Rio, mas que não há motivos para alarde.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse estar tranquilo em relação aos primeiros casos de gripe suína confirmados no país. Para ele, ainda não existem provas de que o vírus está em circulação no Brasil:

"Sabemos que podem ocorrer falhas no sistema de monitoramento do país, mas a situação, por enquanto, é de tranquilidade", afirmou o ministro no fim da amanhã desta sexta-feira em entrevista coletiva na sede da Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro.

Também presente à coletiva, o governador Sérgio Cabral procurou demostrar segurança, mas admitiu não estar tão tranquilo: "Não estou tranquilo, mas me sinto seguro e sereno em relação ao problema", emendando que a situação será monitorada pelo Gabinete Integrado de Emergência para Gripe A (H1N1). Já o prefeito Eduardo Paes afirmou que o Rio de Janeiro está preparado para a doença:

"Os postos de saúde da rede municipal estão preparados para receber qualquer tipo de caso de suspeita, que uma vez detectados serão encaminhados para hospitais de referência. Ninguém precisa alterar sua rotina", aconselhou Paes.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que novas medidas preventivas não serão adotadas no Brasil, já que os casos confirmados foram de pessoas que chegaram de viagem do exterior. Perguntas e respostas sobre a gripe suína.

"Conversei ontem e agora com o Temporão. Os dois casos de São Paulo já estão totalmente curados. O do Rio também. Ele está curado, mas vai ficar internado mais um tempo. O que o Temporão me disse é que nestes quatro casos não houve transferência de vírus. Tem mais 15 casos em observação, e o governo brasileiro continuará cumprindo todas as orientações da OMS", afirmou. "A situação está tranquila e vamos continuar com as medidas", completou.

No Rio, foram apresentados os quatro ônibus equipados para funcionar como Centros Móveis de Operações contra Influenza A. Os ônibus são conectados à internet, têm sala para videoconferências e sala de reunião para a execução de planos emergenciais.

O Centro de Operações foi criado pelo Gabinete Integrado de Emergência para Gripe A (H1N1) criado há duas semanas pelas secretarias municipal e estadual de Saúde e Defesa Civil.

Em entrevista ao "Bom Dia Brasil", Temporão, disse que as pessoas estão sendo orientadas, os caso confirmados estão sendo isolados e sendo tratados.

"Colocamos em ação um plano como em 2003 com a gripe aviária, então foi feito um trabalho de estruturação: 19 centros de vigilâncias, preparamos 52 hospitais para poder isolar os eventuais casos. O cidadão comum tem que confirmar que tudo está sendo feito para a segurança dele", informou.

O ministro disse que tudo está sendo feito, mas existe uma preocupação.

"Os cientistas não sabem dizer o que vai acontecer com essa doença. É um vírus novo. Os casos confirmados não parecem ser muito graves, mas ninguém sabe como o vírus vai se comportar. Uma segunda onda pode acontecer daqui a algum tempo como foi no caso da gripe espanhola", destaca.

Os quatro hospitais de referência para tratamento da gripe, onde estão disponíveis cem leitos, são Instituto de Pesquisas Clínicas Evandro Chagas (Ipec- Fiocruz), Iaserj, Hospital Universitário Pedro Ernesto (Uerj) e Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (Fundão).

A Organização Mundial da Saúde informou nesta sexta que há 2.384 casos confirmados da gripe suína no mundo. Segundo a OMS, 2 milhões e 400 mil doses de medicamentos serão enviadas para 72 países. Na Argentina, o primeiro caso foi confirmado na quinta-feira à noite. Outros 55 casos estão sendo monitorados no país.

A organização pode abreviar sua assembleia anual, neste mês, porque os ministros participantes precisam estar em seus países para o combate à gripe. Diplomatas disseram que está se formando um consenso entre os 193 países da OMS para reduzir o evento, marcado para os dias 18 a 27 em Genebra. Ele ficaria com apenas cinco dias.

Pelas regras da OMS, um comitê deveria decidir pela redução do encontro no primeiro dia de trabalho, segundo diplomatas. A ameaça de pandemia de gripe deve dominar a assembleia ministerial.

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