Manifestantes protestam contra a liberação de Strauss-Kahn| Foto: Mladen Antonov/AFP

Entenda o caso

Dominique Strauss-Kahn se livrou de um processo, mas precisa responder outro.

Mais um

Livre do processo movido pela camareira Nafissatou Diallo, Dominique Strauss-Kahn, ex-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), também enfrenta um processo movido por uma jornalista e escritora francesa que o acusa de tê-la estuprado durante uma entrevista, em 2003.

Credibilidade

A credibilidade da acusadora Nafissatou veio por terra quando promotores revelaram que ela havia dito inúmeras mentiras às autoridades, inclusive ao declarar, num pedido de asilo aos Estados Unidos, que havia sofrido um estupro coletivo na Guiné, seu país natal.

Contradições

Nafissatou também entrou em contradições ao falar sobre o que ocorreu depois da suposta agressão. Segundo advogados da camareira, os promotores alegaram ter encontrado uma conversa gravada de Diallo com um homem preso no Arizona, dando a entender que planejava arrancar dinheiro de Strauss-Kahn.

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Nova York - Logo depois de a Justiça de Nova York ter retirado oficialmente as acusações de estupro contra ele, o ex-diretor-gerente do Fundo Mo­­netário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn afirmou ter vivido um pesadelo nos últimos meses e agora tentará reconstruir a vida junto com a família na França.

Com a decisão, antecipada pe­­la mídia norte-americana nos úl­­timos dias, o economista fica li­­vre para retornar a Paris. Desde julho, quando começou a reviravolta no caso, Strauss-Kahn já ha­­­­via recebido permissão para circular livremente pelos EUA.

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Em maio, quando estava dentro de um avião no aeroporto de Nova York para viajar para a Fran­­ça, o então diretor-gerente do FMI foi preso por autoridades norte-americanas. Acusado de estuprar uma camareira em uma suíte de um hotel em Manhattan, o economista chegou a ser levado para um presídio antes de conseguir direito à prisão domiciliar mediante o pagamento de fiança.

Segundo a decisão da Justiça, com base em relatório da promotoria, não havia como levar o caso adiante porque Nafissatou Diallo, que dizia ter sido estuprada por Strauss-Kahn, era uma testemunha sem credibilidade por já ter mentido em depoimentos no passado. Ela também apre­­sentou contradições em trechos de sua acusação contra Strauss-Kahn.

Na avaliação de relatório da promotoria, as evidências físicas indicam ter ocorrido "uma relação sexual apressada e consensual" envolvendo Strauss-Kahn e Diallo. Mas, sem uma testemunha crível, não dá para dizer que ocorreu um estupro. O economista é casado com a jornalista e milionária francesa Anne Sin­­clair, que pagou todos as custas do processo.

Ao deixar a corte, Strauss-Kahn falou rapidamente com os jornalistas. "Eu pretendo retornar para meu país [França], mas tenho alguns pequenos assuntos que preciso cuidar antes", disse, sem entrar em detalhes.