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O julgamento do ex-chefe militar dos sérvios da Bósnia Ratko Mladic foi retomado nesta segunda-feira perante o Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII) com a audiência da primeira testemunha da acusação, um muçulmano que sobreviveu à execução de cerca de 150 pessoas em novembro de 1992.

Elvedin Pasic, que sobreviveu a uma execução no povoado de Grabovica, no norte da Bósnia, começou a depor à tarde.

"Antes da guerra, era uma época boa", disse.

"Jogávamos basquete e futebol, todos juntos, muçulmanos, croatas, sérvios, nos respeitávamos mutuamente", declarou a testemunha, que tinha 14 anos em 1992.

Pasic descreveu "a destruição de casas, os ataques aos povoados, as perseguições dos não sérvios, os maus tratos, os assassinatos e as condições desumanas de detenção na escola de Grabovica", segundo a promotoria.

Rakto Mladic, de 70 anos, é acusado em particular do massacre em Srebrenica em julho de 1995, durante o qual cerca de 8.000 homens e adolescentes muçulmanos foram executados pelas forças sérvias da Bósnia, o pior massacre na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Sobre Mladic pesam acusações de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra durante a guerra na Bósnia (1992-1995), na qual morreram 100.000 pessoas e outras 2,2 milhões foram deslocadas.

No dia 17 de maio, a pedido da defesa, seu processo foi adiado.

A defesa acreditava não ter tido tempo suficiente para se preparar e denunciou "irregularidades" na divulgação dos elementos de prova em posse da promotoria.

Detido no dia 26 de maio de 2011 na Sérvia depois de 16 anos foragido, Mladic não se declarou culpado, mas pode ser condenado à prisão perpétua.

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