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Força gravitacional de Júpiter teria destruído outros planetas. | Nasa/Divulgação
Força gravitacional de Júpiter teria destruído outros planetas.| Foto: Nasa/Divulgação

Maior planeta do Sistema Solar, o gigante gasoso Júpiter teria “viajado” para bem próximo do Sol, destruindo os primeiros planetas surgidos nesta região antes de “migrar” para sua atual órbita. A teoria, publicada ontem pelo periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences, ajudaria a explicar a configuração incomum do Sistema Solar em comparação com outros sistemas.

“Uma das características mais interessantes do Sistema Solar é a ausência de planetas dentro da órbita de Mercúrio”, diz Gregory Laughlin, chefe do Departamento de Astronomia da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, nos Estados Unidos. “O sistema planetário padrão de nossa galáxia parece ter um conjunto de super-Terras (planetas rochosos pouco maiores que o nosso) com períodos orbitais (os “anos”) extremamente curtos.”

A migração de Júpiter explicaria não só a ausência de planetas no Sistema Solar interior como certas características da Terra e dos outros planetas rochosos da região, que teriam se formado a partir de um suprimento escasso de material.

Laughlin e Konstantin Batygin, outro coautor do estudo, basearam sua teoria em um dos cenários mais aceitos para a formação de Júpiter e Saturno, os dois planetas gigantes gasosos do Sistema Solar, proposto por outro grupo de astrônomos em 2011. Júpiter teria se aproximado do Sol até que a formação de Saturno fez com que revertesse o curso e migrasse para sua posição atual. Os dois astrônomos decidiram investigar o que aconteceria com um primeiro grupo de planetas rochosos que tivesse se formado perto do Sol antes desta migração.

De acordo com os cientistas, o Sistema Solar tinha grandes planetas rochosos com densas atmosferas no caminho de se tornarem super-Terras bem perto do Sol. Mas, com a chegada de Júpiter, as perturbações gravitacionais “empurraram” estes planetas para órbitas apertadas e sobrepostas, dando início a uma série de colisões que os destruíram e fragmentaram.

“É a mesma preocupação que temos com os satélites que se desintegram na órbita da Terra: seus fragmentos começam a colidir com outros satélites e temos o risco de ver uma reação em cadeia de choques”, diz Laughlin.

Com isso, teria surgido uma segunda geração de planetas no Sistema Solar. Tal cenário é condizente com as evidências de que os atuais planetas internos – Mercúrio, Vênus, Terra e Marte – são mais “jovens” que os externos e com atmosferas mais finas.

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