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À esquerda, fãs de Michael Jackson aguardam, na rua, o veredicto do médico Conrad Murray (à direita, ao chegar à corte de Los Angeles, ontem) | Jason Redmon/Reuters e Danny Moloshok/Reuters
À esquerda, fãs de Michael Jackson aguardam, na rua, o veredicto do médico Conrad Murray (à direita, ao chegar à corte de Los Angeles, ontem)| Foto: Jason Redmon/Reuters e Danny Moloshok/Reuters

O caso

O julgamento do médico Conrad Murray começou no dia 26 de setembro, com um discurso do promotor David Walgren.

Incompetente

De acordo com a promotoria, a causa da morte de Michael Jackson foi overdose de propofol, remédio administrado pelo médico Conrad Murray, que agiu com "negligência" e "incompetência".

Mentira

Walgren afirmou que Murray fez acordo com uma farmácia para conseguir quantidades grandes de propofol, mentindo que era dono de uma clínica em Santa Monica.

Tremores

Semanas antes de morrer, Michael Jackson sentia frio e tinha tremores, mas, segundo a promotoria, Murray manteve suas doses de propofol.

Dia D

No dia a morte de Jackson (25 de junho), Murray passou a noite na casa do astro com o propósito de colocá-lo para dormir, como vinha fazendo há pelo menos dois meses. Para o promotor, Jackson estava clinicamente morto quando os paramédicos chegaram.

O júri do caso Conrad Murray considerou o médico de Michael Jackson culpado pela morte do cantor. Murray, 58 anos, foi condenado por homicídio culposo (sem in­­tenção) por unanimidade, ontem, em tribunal de Los An­­ge­­les.

O médico, que se declara inocente, tem até 20 dias para apresentar recurso. Sua pena, que po­­de chegar a quatro anos de prisão, além da perda do registro médico, vai ser anunciada no próximo dia 29.

A decisão foi celebrada por cen­­tenas de fãs do cantor que se aglomeravam em frente ao tribunal. Minutos antes de a decisão ser anunciada, alguns já gritavam "culpado".

Muitos seguravam faixas e cartazes pedindo a condenação de Murray; outros, com dizeres co­­mo "Murray: queime no inferno" ou "Acredite em Jesus".

A mãe de Michael Jackson, Ka­­therine, chorou ao ouvir a sentença e foi abraçada por Randy, um dos irmãos do astro. O pai, Joe, e os irmãos Jermaine, Rebbe e La Toya também acompanharam a leitura do veredito no tribunal.

Pouco antes do anúncio da de­­cisão, La Toya disse em seu Twit­­ter que "o espírito de Michael" estaria "na sala do tribunal".

Ao fim do julgamento, postou: "Vi­­tória!!!!!!".

Após seis semanas de julgamento, o júri, de sete homens e cin­­co mulheres, ouviu as deliberações finais da acusação e da defesa na última sexta-feira, dia 4.

Ontem, ao ler o veredito, o juiz ressaltou que o crime julgado foi o de homicídio, e não apenas de prescrição médica equivocada ou de erro de julgamento. Argu­­men­­tou, ainda, que o médico terá de permanecer sob custódia, pois re­­presenta risco à sociedade.

Os advogados de Murray disseram que ele tem família para criar e não é perigoso.

No dia 25 de junho de 2009, o cardiologista deu propofol a Jack­­son após outros sedativos não surtirem efeito contra a insônia do cantor e se ausentou do quarto do artista por um tempo.

Ao voltar, encontrou o astro pop aparentemente sem vida. O cantor costumava chamar o anestésico de "leitinho", por causa da aparência leitosa da substância.

Michael Jackson morreu aos 50 anos, quando, após um período de 12 anos afastado dos palcos, iniciaria uma turnê de 50 apresentações, em Londres.

A defesa argumentava que Jackson havia morrido de overdose depois de ter ingerido sozinho a substância, na ausência do mé­­dico.

Após laudo que constatava que a ingestão do medicamento não seria capaz de levar o cantor à morte, os advogados abandonaram a tese.

Durante o julgamento, os pa­­ramédicos chamados à mansão do artista afirmaram que Murray havia mentido ao ser questionado se o cantor havia tomado al­­gum medicamento e sobre quanto tem­­po havia passado desacordado.

"Ele disse que fazia um minuto", afirmou o paramédico Martin Blount. Após ver o cantor inconsciente, Murray ligou para um as­­sistente de Jackson, chamou os seguranças e pediu ajuda à cozinheira antes de ligar para o número de emergência.

O médico Richard Senneff disse em juízo que Murray poderia ter salvado a vida de Jackson caso tivesse chegado antes ao quarto do cantor.

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