Cristina Kirchner foi presidente da Argentina entre 2007 e 2015| Foto: JUAN MABROMATA/AFP

O juiz Claudio Bonadio pediu a prisão preventiva da ex-presidente argentina, Cristina Kircnher, acusada de ser chefe de uma organização criminosa responsável por comandar uma estrutura, a partir do governo, para a arrecadação de fundos ilegais. A prisão vai depender de aprovação do Congresso. As informações são do jornal Clarin.

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O caso faz parte da investigação dos "cadernos da corrupção", detonada no começo de agosto quando a Justiça recebeu uma cópia de vários cadernos de anotações pertencentes ao motorista Oscar Centeno, funcionário do Ministério do Planejamento durante os governos kirchneristas (2003-2015). 

Neles, Centeno teria anotado, durante anos, as quantias contidas em bolsas e malas, além dos endereços onde eram entregues, nos quais eram carregados os valores em dinheiro efetivo destinados a vários políticos, entre eles o ex-presidente Néstor Kirchner, já morto, o ex-ministro Julio De Vido, que perdeu o foro e está preso por uma outra causa de corrupção e mais de dez ex-funcionários do governo kirchnerista. 

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Esta é a primeira investigação de porte em que a Justiça argentina está usando a figura do "arrependido", parecida à da "delação premiada" brasileira. Para isso, ditou a prisão preventiva de vários empresários, que vêm firmando acordos para diminuir ou derrubar suas penas. 

A decisão do juiz de incluir Cristina no processo se deu após informações obtidas de alguns desses empresários (os nomes não foram revelados) que informaram que a ex-presidente tinha consciência do esquema. 

Este passa a ser o décimo processo em que Cristina está envolvida. Entre as outras causas nas quais está sendo processada estão as de enriquecimento ilícito quando ela e seu marido ocuparam o poder, o fato de ter comprado dólares com informação privilegiada, antes de desvalorizações do peso e lavagem de dinheiro por meio de seus hotéis e propriedades na Patagônia.