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Estudantes fazem protesto em apoio ao ditador Muamar Kadafi, que ontem ordenou que suas tropas bombardeassem áreas dominadas pelos rebeldes | Chris Helgren/Reuters
Estudantes fazem protesto em apoio ao ditador Muamar Kadafi, que ontem ordenou que suas tropas bombardeassem áreas dominadas pelos rebeldes| Foto: Chris Helgren/Reuters

Pressão

Obama exige queda de ditador

Paris - O presidente dos Estados Unidos vol­­tou a exigir a renúncia do ditador líbio. Barack Obama disse ontem, em Washington, que Muamar Kadafi "perdeu legitimidade e precisa partir".

A declaração foi dada no mesmo dia em que a secretária de Estado dos EUA, Hilary Clinton, se encontraria com um representante da oposição líbia – a reunião não havia sido confirmada até o fim da noite de ontem. Caso concretizada, seria a primeira reunião de alguém da administração Obama com um representante da oposição da Líbia.

Também ontem, Hilary Clinton se encontrou com o presidente francês Nicolas Sarkozy, com quem discutiu a aplicabilidade de sanções contra o regime de Trípoli. A França já reconheceu o Conselho Nacional da Líbia, em Benghazi, como governo legítimo daquele país.

Agência Estado

Tropas leais ao governante da Líbia, Muamar Kadafi, bombardearam ontem o porto de Ajdabiya, no leste do país, ao mesmo tempo que no oeste da Líbia atacaram a cidade de Zwara, 110 quilômetros ao oeste de Tripoli e perto da fronteira com a Tunísia. Já na cidade de Brega, que o governo afirmou ter retomado no domingo, a situação parece menos clara. Cerca de 2 mil combatentes da insurgência, em grande parte soldados amotinados, mantinham sob controle a área residencial da cidade, enquanto as forças de Kadafi controlam o terminal petrolífero, disse um porta-voz dos insurgentes, Abdul-Bari Zwei. Os aviões de Kadafi bombardearam pelo menos três alvos em Ajdabiya ontem.

Said Ali Bouhilfaya, um engenheiro em Ajdabiya, disse que ocorreram mais bombardeios contra a cidade no começo da noite de ontem. "É uma guerra de aniquilação. Kadafi quer ficar no poder de qualquer jeito, mesmo que governe cemitérios", afirmou. A cidade de Zwara, no oeste, tem 45 mil habitantes e foi completamente cercada por forças leais a Kadafi. Segundo moradores, o bombardeio começou na manhã e se estendeu por várias horas.

Grã-Bretanha e França insistiram ontem na urgência da imposição de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, para impedir que a aviação de Kadafi continue a bombardear os insurgentes. Segundo a França é urgente agir contra a "barbárie" das forças de Kadafi.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse ao Parlamento em Londres que o tempo é curto para agir. "Todos os dias Kadafi brutaliza o seu próprio povo". Cameron defendeu a criação da zona de exclusão aérea. "Ninguém está falando sobre invasão ou enviar navios de guerra", disse. O secretário do Exterior britânico, William Hague, disse que os líbios sofrerão um "pesadelo" se Kadafi retomar o controle total do país. Outros países, como os Estados Unidos e a Rússia, são mais cautelosos.

O general Abdel Fatah Yunis, que se demitiu do posto de ministro do Interior de Kadafi pouco após o início da rebelião, no meio de fevereiro, afirmou a repórteres em Benghazi que Ajdabiya, 170 quilômetros a oeste, é "uma cidade vital". "Está na rota para o leste, para Benghazi e Tobruk e também para o sul. A defesa de Ajdabiya é muito importante... nós vamos defendê-la", afirmou ele, no fim do domingo.

Um porta-voz do Exército líbio, coronel Milad Hussein, disse a repórteres em Trípoli que suas forças estavam "marchando para limpar o país" dos insurgentes, qualificados por ele como "ratos e terroristas".

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