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O líder líbio Muamar Kadafi faz sua primeira aparição pública em semanas ao receber uma delegação da União Africana | Louafi Larbi / Reuters
O líder líbio Muamar Kadafi faz sua primeira aparição pública em semanas ao receber uma delegação da União Africana| Foto: Louafi Larbi / Reuters

Trípoli - O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, disse que o chefe de Estado da Líbia, Muamar Kadafi, aceitou o plano da União Africana para um cessar-fogo com as forças rebeldes. O plano prevê a interrupção imediata dos conflitos, a abertura de canais de ajuda humanitária e o início do diálogo entre governo e opositores.

Zuma e outros líderes da África integram uma delegação da União Africana (UA) que viajou a Trípoli, capital do país, onde se reuniram ontem com Kadafi. Hoje, eles visitam a cidade de Benghazi – centro de operações das forças rebeldes – para conversar com os representantes da oposição.

O ditador líbio fez uma aparição pública hoje em Trípoli, depois de se reunir com a delegação, uma das primeiras fora da tevê desde o começo do conflito com as forças aliadas. Nas imagens registradas de Kadafi, ele acena para simpatizantes.

Negociações

A delegação presidencial da UA foi recebida por Kadafi em uma tenda armada em sua residência de Bab el Aziziya. Ao término do encontro, os integrantes da delegação posaram para as fotos e saíram sem dar declarações.

Além de Zuma, a missão é integrada pelos presidentes Amadou Toumani Turé (Mali), Mohamed Ould Abdel Aziz (Mauritânia) e Denis Sassou-Nguesso (Congo), além do primeiro-ministro das Relações Exteriores de Uganda, Henry Oryem Okello, que representa o presidente do país, Yoweri Museveni. Os cinco dirigentes viajaram separadamente de Nuakchott, onde se reuniram na noite de sábado.

A delegação foi recebida por partidários de Kadafi, que carregavam retratos do ditador e bandeiras verdes do regime. No sábado, após a reunião em Nuakchott, os mediadores reiteraram os objetivos de sua missão: "o fim imediato de todas as hostilidades", o envio de ajuda humanitária à Líbia e o início de um diálogo entre o regime e a insurreição.

Otan

Os aviões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) destruíram ontem 11 tanques do governo líbio na principal estrada da cidade de Ajdabiya (Leste) e outros 14 perto de Misrata (Oeste). "Até o meio-dia de ontem, os bombardeios da Otan já destruíram 11 tanques na estrada de Ajdabiya; os ataques continuarão durante o dia e a noite", disse um oficial, que pediu para não ser identificado.

"A situação em Ajdabiya é desesperadora e as forças de Kadafi estão atacando a cidade com armas pesadas", destacou. Misrata, por sua vez, está sendo violentamente bombardeada pelas forças do ditador há mais de um mês, segundo o oficial.

Ao menos 23 combatentes, 3 rebeldes e 20 leais a Kadafi – entre eles um argelino –, morreram em confrontos na estratégica cidade oriental líbia de Ajdabiya, informou ontem Ahmed Inasi, um dos poucos médicos do hospital da cidade.

A Otan anunciou na noite de sábado que vinha bombardeando, nas últimas 24 horas, os depósitos de munição e armas pesadas das forças leais ao ditador líbio. A aviação da Aliança Atlântica investiu a leste de Trípoli contra arsenais usados para reabastecimento e o bombardeio de civis na cidade de Misrata, informou o quartel-general da Aliança para operações na Líbia, instalado em Roma.

Misrata, uma cidade de 500 mil habitantes, fica a 200 quilômetros a leste da capital líbia. Em comunicado, o general Charles Bouchard, comandante das operações, acrescentou que a Otan também "destruiu um número importante" de tanques que eram usados "em ataques indiscriminados a Misrata".

O general Bouchard advertiu que "as forças do regime [de Kadafi] devem compreender que, se continuarem a seguir suas ordens de atacar sua própria população, serão tomadas como alvo", como estipula a resolução 1.973 da ONU, relacionada à proteção da população civil. Essa missão vem tornando mais e mais difícil a tática das forças de Kadafi de usar mulheres e crianças como escudos humanos, segundo o general.

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