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Menina líbia toca fotos de rebeldes mortos ou que estão desaparecidos desde o início da revolta contra Muamar Kadafi | Amr Abdallah Dalsh/Reuters
Menina líbia toca fotos de rebeldes mortos ou que estão desaparecidos desde o início da revolta contra Muamar Kadafi| Foto: Amr Abdallah Dalsh/Reuters

Presidente argelino promete mudanças na Constituição

O presidente da Argélia, Ab­­de­­laziz Bouteflika, disse ontem que a Constituição do país será revisada como parte de um am­­plo es­­pectro de reformas políticas. Bou­­teflika, que tenta conter crescentes tensões sociais e políticas que colocam em xeque o go­­verno, admitiu montar uma comissão para cuidar do assunto.

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Bomba de fragmentação

Artefato oferece altos riscos

A bomba de fragmentação é um tipo de arma de uso muito controvertido.

Ao ser detonada, ela se fragmenta em várias bombas pequenas, que se dispersam numa ampla zona. Na prática, essas minibombas são como minas e explodem ao ser pisadas.

Por causa do alto risco a civis, 56 países assinaram, em 2008, acordo para banir bombas de fragmentação.

Os signatários não incluem a Líbia nem os Estados Unidos, que já as usaram na guerra do Iraque; o Brasil também não assinou a convenção.

As forças do ditador da Líbia, Muamar Kadafi, foram acusadas por rebeldes e pela ONG Human Rights Watch de usar bombas de fragmentação ao atacar Misrata, terceira maior cidade do país e a única no oeste onde há focos de insurgência.

Esse tipo de bomba é de altíssimo risco para a população ci­­vil, que já vem sofrendo com mais de um mês de cerco pelas forças de Kadafi. Os soldados do governo controlam o centro da cidade, enquanto os rebeldes man­­têm posições na região do porto.

Questionada sobre as bombas, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, afirmou não ter conhecimento do assunto, mas disse não se surpreender com "qualquer coisa’’ vinda de Kadafi. "É por isso que os combates em Misrata têm sido tão difíceis’’, acrescentou ela.

Grupos de direitos humanos advertem que a situação na cidade – novamente atacada ontem, com tanques e foguetes, por tropas do ditador – é de crise hu­­manitária, e os hospitais não dão conta do alto número de feridos.

Um grupo de ajuda internacional retirou de Misrata, por barco, cerca de 1.200 de um total de 8.300 trabalhadores estrangeiros retidos na cidade. Segundo a Or­­ganização Internacional pa­­ra Migrações, a maioria deles sofre de desidratação e precisa de cuidados médicos.

O Reino Unido e a França pe­­diram a outros países-membros da Otan, a aliança militar ocidental, que intensifiquem ataques aéreos às posições de Ka­­dafi, dando prioridade a essa tática e não ao fornecimento de armas aos rebeldes – admitido ontem pelo go­­verno do Catar.

O principal comandante militar da Otan, o almirante americano James Stavridis, disse que são necessários aviões capazes de atacar com mais precisão as tropas de Kadafi sem infligir danos aos rebeldes ou aos civis.

Texto conjunto

Em artigo conjunto publicado por quatro jornais (Le Figaro, The Ti­­mes, Herald Tribune e o Al-Hayat, de língua árabe), Barack Obama, Nico­­las Sarkozy e David Cameron reafirmaram seu compromisso com a ação militar chefiada pela Otan.

No texto, os presidentes dos EUA e da França e o premier do Reino Unido afirmam que não se trata de eliminar Kadafi pela força, mas dizem que é "impensável que alguém que tenta massacrar seu próprio povo tenha lugar em um futuro governo líbio’’.

Apesar do empenho conjunto, Obama admitiu ontem que um "impasse militar" existe em campo na Líbia entre os insurgentes e as forças de Muamar Kadafi. Se­­gundo ele, os EUA estão auxiliando seus aliados europeus com inteligência, abastecimento e transporte.

A França, através do seu ministro da Defesa, Gerard Longuet, afirmou que o governo francês, bem como os da Grã-Bretanha e dos EUA, pensam em passos posteriores à resolução 1973 do Con­­selho de Segurança das Nações Unidas, ou seja, buscam agora uma mudança de regime na Líbia.

Alguns integrantes da aliança atlântica, contudo, manifestaram reservas ontem em fornecer mais aviões para operações de bombardeio contra Kadafi, entre eles a Itália e o Canadá.

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