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O centrista partido Kadima pediu neste domingo que haja um acordo de divisão de poder com o líder do direitista Likud, Benjamin Netanyahu. Após as eleições parlamentares da semana passada, o país vive um clima de bastante negociação.

"Uma rotatividade é o mínimo que o Kadima pode exigir para o surgimento de um governo estável", afirmou Avi Dichter, membro do Kadima e atual ministro da Segurança Pública. Dichter se referiu a um acordo de divisão do poder que Israel teve em 1984, após outra disputa acirrada, quando os dois partidos ficaram cada um dois anos com o cargo de primeiro-ministro.

Para esse membro do Kadima, é fato que a ministra de Relações Exteriores Tzipi Livni, líder do Kadima, foi a vencedora de acordo com a opinião pública. "Nós precisamos de um equilíbrio justo", ressaltou. Netanyahu até agora rejeita a opção de uma liderança rotativa.

Ainda que o Kadima tenha conseguido 28 cadeiras nas eleições gerais, uma a mais que o Likud, Netanyahu é apontado como mais capaz de formar uma coalizão governista.

De acordo com as leis israelenses, a pessoa encarregada de tentar formar um novo governo não é necessariamente o líder do partido com mais cadeiras, mas sim o mais capaz de conseguir uma coalizão majoritária no Parlamento de 120 cadeiras.

Netanyahu tem apoio de partidos de direita, que dominaram a votação do dia 10, o que lhe garantiria 65 cadeiras no Parlamento. Já Tzipi Livni consegue apenas 44 apoios.

Um governo puramente de direita seria muito instável, contudo, com a maioria dos analistas prevendo sua queda em algo como 1 ano e meio. Netanyahu pode preferir uma coalizão ampla, também com o Kadima.

A ministra até agora insiste que ela deve liderar qualquer governo de união. O grupo de Tzipi no partido teve um encontro neste domingo para avaliar as opções na mesa. "Nós somos os únicos capazes de formar um governo de união nacional", disse ela a repórteres antes do encontro.

O primeiro-ministro, Ehud Olmert, prestes a deixar o cargo, pediu a Tzipi que vá para a oposição e não faça parte de um governo com Netanyahu. "Vá para a oposição e você comandará o Kadima para a vitória nas próximas eleições", disse Olmert a Tzipi, segundo a mídia israelense.

O jornal israelense Haaretz afirmou que a atual ministra deve preferir ficar na oposição, ao invés de participar de um governo liderado por Netanyahu.

Caso o Kadima prefira a oposição, Netanyahu terá que formar uma coalizão com o ultranacionalista Yisrael Beitenu, liderado pelo controverso Avigdor Lieberman, e também com partidos ultraortodoxos e grupos de colonos de extrema-direita.

Tal governo se chocaria com a administração dos Estados Unidos, liderada por Barack Obama, que se mostra bastante interessado em apoiar as negociações de paz entre israelenses e palestinos.

O Likud pediu em comunicado que o Kadima entre no próximo governo, acusando Tzipi de colocar os interesses políticos menores à frente dos "interesses nacionais".

Os resultados oficiais da eleição serão publicados na quarta-feira. O presidente Shimon Peres terá então sete dias para consultar as várias facções antes de encarregar um membro do Parlamento da formação de um novo governo.

As informações são da Dow Jones.

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