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Na capital da Ucrânia, opositores fazem barricadas para resistir nos protestos. A proposta do governo de anistia em troca de desocupação de prédios públicos não acalmou os ânimos | Vasily Fedosenko/Reuters
Na capital da Ucrânia, opositores fazem barricadas para resistir nos protestos. A proposta do governo de anistia em troca de desocupação de prédios públicos não acalmou os ânimos| Foto: Vasily Fedosenko/Reuters

Endurecimento

Alemanha ameaça adotar sanções como medida de pressão

Reuters

O ministro alemão de Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, defendeu o uso de sanções como uma ameaça ao governo da Ucrânia caso Kiev não encontre uma solução para a prolongada e, em vário momentos, violenta crise no país.

Os comentários do ministro social-democrata representam um tom diferente do adotado até agora pela primeira-ministra conservadora Angela Merkel, que disse na semana passada não ver a necessidade de sanções por enquanto.

"Acho que devemos agora mostrar as sanções como uma ameaça", disse Steinmeier à TV alemã ARD na noite de segunda-feira, acrescentando que a Alemanha precisa estar pronta para optar por essas medidas caso a situação não melhore.

A Ucrânia vive uma crise há mais de dois meses, por causa da recusa do governo pró-russo em selar um acordo comercial e político com a União Europeia.

Na segunda-feira, uma porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse que Washington e a UE estão discutindo uma possível ajuda financeira no caso de um novo governo ser formado na Ucrânia.

O representante do presidente Viktor Yanukovich no Parlamento da Ucrânia descartou ontem que as autoridades estejam pensando em convocar eleições parlamentares antecipadas. Poucas horas depois de ter garantido a um canal de televisão ucraniano que Yanukovich estaria disposto a convocar eleições no caso de não acontecer um acordo para superar a crise política, o representante Yuri Miroshnichenko voltou atrás.

"Não estamos discutindo esta questão na atualidade. Aprovamos a lei [de anistia] e deixamos para trás [as eleições]", disse o também deputado do Partido das Regiões, governista.

O deputado detalhou que a convocação de eleições antecipadas foi cogitada "quando estávamos preparando os projetos de lei (de anistia)".

Ontem à noite, Miroshni­chenko garantiu que o presidente tinha dito: "se nós políticos não somos capazes de chegar a um acordo, de alcançar um compromisso e cumpri-lo, a única forma democrática de resolver a situação é realizar eleições antecipadas".

Miroshnichenko afirmou que essas foram as palavras de Yanukovich na reunião que manteve no final da semana passada com os membros do grupo parlamentar do Partido das Regiões, a formação política do governo.

"E ele (Yanukovich) disse: ‘os senhores irão a eleições antecipadas e eu também", relatou Miroshnichenko.

Sem acordo

Os protestos da oposição começaram em Kiev há dois meses e meio, depois que Yanukovich adiou a assinatura do Acordo de Associação com a União Europeia, prevista para o final de novembro do ano passado.

Por causa das crescentes manifestações, no centro de Kiev, de grupos favoráveis ao acordo com a UE, a maioria parlamentar governista aprovou no último dia 16 uma série de leis para restringir o direito de reunião e outras liberdades civis.

Três dias depois, ocorreram confrontos violentos entre manifestantes e policiais antidistúrbios na capital, que deixaram vários mortos – seis, segundo a oposição; três, de acordo com a versão oficial – e centenas de feridos.

Oposição

Líderes da oposição na Ucrânia disseram que o presidente precisa resolver a crise política no país antes que a situação se torne mais tensa. Vitali Klitschko, ex-campeão de box e uma das principais figuras presentes nos protestos na Ucrânia, se encontrou ontem com o presidente Viktor Yanukovych e, o parlamento se reuniu, mas não tomou nenhuma decisão.

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