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Diário portenho

Vale a pena fazer compras em Buenos Aires?

Suponhamos que você vá gastar todo o seu 13.º salário em compras. Vale vir até Buenos Aires só pra isso? Façamos as contas. Cada real equivale a 1,76 pesos. Visitando algumas lojas, percebi que o preço das roupas aqui é o mesmo que no Brasil, mas em pesos. Uma camiseta da Zara, por exemplo, que custa R$ 59 em Curitiba, aqui está à venda por 59 pesos. O mesmo vale para uma mochila da Puma. Então vamos generalizar e assumir que essa é uma regra geral: os preços são os mesmos, o que muda é a moeda. Encontra-se passagens Curitiba-Buenos Aires, ida e volta, por até R$ 1.100, com a taxa de embarque incluída. Logo, esse deve ser o valor mínimo que você tem que economizar fazendo compras aqui. Para tanto, você tem que estar disposto a gastar pelo menos R$ 2.600 (4.576 pesos). Lembrando que você vai gastar em pesos o mesmo valor que em real (2.600), sobraria depois das compras quase 2 mil pesos (1.976). Convertendo isso em real novamente, o saldo é de R$ 1.122, preço da passagem do avião. Claro que há o gasto com comida, táxi, hospedagem, etc. Mas aí o benefício de estar em Buenos Aires também tem que ser contabilizado. E ele não tem preço.

Cristina, a "Marta" deles

Um colega de uma lista de discussão que participo fez uma boa analogia entre os candidatos argentinos e os políticos brasileiros. Roberto Lavagna é o camarada gente boa, mas sem estrela, um Alckmin. Elisa Carrió, a Lilita, tem como bandeira de campanha o combate à corrupção. De esquerda, é a versão hermana de Heloísa Helena. Cristina Kirchner, "vaidosa, arrogante e pseudo intelectual", é — quem mais? — a Marta Suplicy argentina.

O "quartel" da mídia

No Hotel Intercontinental, "bunker" de Cristina Kirchner, onde ela aguardou ontem pelo resultado da votação, mais de 500 jornalistas foram credenciados. Metade deles estrangeiros. O pleito atual teve suas peculiaridades: pela primeira vez na história três mulheres disputam a Presidência; as semelhanças de Cristina com Evita; o novo peronismo dos Kirchner. Tudo isso está na pauta dos cerca de 250 correspondentes estrangeiros que estão aqui.

Buenos Aires – Nas eleições gerais na Argentina, além de tentar eleger sua esposa, Cristina Fernández, para sua sucessão, o presidente Néstor Kirchner tem como meta aumentar sua hegemonia no Congresso Nacional. Das 257 cadeiras da Câmara dos Deputados, 130 serão renovadas nestas eleições. O resultado oficial dos vencedores só deve sair nesta segunda-feira.

Atualmente, o "kirchnerismo" (corrente seguidora do presidente Kirchner) conta com o apoio de 140 deputados, enquanto que a oposição possui 117 parlamentares, dos quais 37 são da União Cívica Radical (UCR), 24 do Proposta Republicana (PRO) e aliados provinciais, 24 peronistas dissidentes, 14 do Alternativa para uma República Igualitária (ARI) e 18 de pequenos partidos.

Peso eleitoral

Dos 130 mandatos que vão se renovar, o maior peso eleitoral está na província de Buenos Aires (35 cadeiras) e a capital (12 cadeiras). Kirchner quer ficar com pelo menos 20 mandatos da província de Buenos Aires, avançando sobre um reduto que antes pertencia ao seu ex-padrinho e atual inimigo político, o ex-presidente Eduardo Duhalde. O presidente também tem avançado sobre o terreno radical, haja visto o candidato a vice de sua esposa, Julio Cobos, governador de Mendoza, que saiu da UCR.

Os radicais convertidos ao kirchnernismo foram batizados de "radicais K". O mapa político no Congresso não é mais dividido por partidos, mas por alianças batizadas com nomes que soam como partidos como a Frente para a Vitória, do casal Kirchner, criada na campanha de 2003. Essa é a primeira eleição presidencial argentina em que não há nenhum candidato escolhido por uma eleição interna de um partido tradicional ou que represente um destes partidos.

Grande bloco

O governo espera eleger a maioria dos deputados que serão renovados para formar um grande bloco com quorum próprio, garantindo um caminho mais fácil para aprovação dos projetos oficiais, como tem ocorrido nos últimos anos. No Senado, existem 72 cadeiras, das quais 43 aliadas ao governo, 15 da UCR, 4 de peronistas dissidentes, 1 do Partido Socialista e 9 de partidos provinciais. Somente 24 mandatos serão renovados no Senado.

De acordo com as pesquisas, a UCR perderia entre 3 a 6 deputados para o ARI, partido da candidata presidencial Elisa Carrió, segunda colocada na intenção dos votos. Segundo os analistas políticos, apesar das renovações de deputados e senadores, não haveria mudanças políticas substanciais no Congresso, do ponto de vista de apoio ao governo. Os analistas afirmam que haveria uma hegemonia kirchnerista superior à existente hoje.

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