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Primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, foi duramente atingido por escândalo de corrupção | Dario Pignatelli/Bloomberg
Primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, foi duramente atingido por escândalo de corrupção| Foto: Dario Pignatelli/Bloomberg

A presidente do Congresso dos Deputados da Espanha, Ana Pastor Julian, anunciou nesta segunda-feira pelo Twitter que os 350 integrantes da câmara baixa debaterão nas próximas quinta e sexta-feira a moção de censura contra o governo do primeiro-ministro Mariano Rajoy. Ao fim do debate, na própria sexta-feira, os parlamentares decidirão em uma votação se o removem ou o mantêm no comando do país.

A continuidade da atual administração no poder foi colocada em xeque após diversos membros do governista Partido Popular serem condenados no escândalo de corrupção conhecido como Caso Gürtel, cuja trama foi comparada à investigada pela Lava Jato no Brasil. 

Segundo a lei espanhola, os deputados, não podem votar para derrubar o governo e convocar eleições. Eles precisam entrar em um consenso sobre quem deve ser o próximo líder, o que tornará mais difícil a tarefa de remover Rajoy do poder. 

Pablo Simon, professor de ciência política da Universidade Carlos 3º, de Madrid, não acredita que a moção de censura seja aprovada, contudo ela pode criar condições para a realização de eleições após o verão europeu. 

Como funcionava o esquema 

Segundo a Justiça espanhola, “empresas escolhidas com o apoio de funcionários públicos gozavam de um trato arbitrário na contratação pública, com a finalidade de obtenção ilícita de importantes benefícios às custas dos cofres públicos. Recebiam as quantias em espécie mas também em serviços e presentes, como eventos, viagens e festas. Em outros casos, beneficiaram-se os familiares." 

A Justiça condenou na quinta-feira (24) o empresário Francisco Correa, a principal figura no caso, a 51 anos de prisão. Dos 37 acusados, 29 foram condenados. Os crimes foram cometidos entre 1999 e 2005 e envolvem fraude, falsificação de documentos, mau uso de verbas e tráfico de inluência. 

Outro dos principais condenados é Luis Bárcenas, ex-tesoureiro do Partido Popular e figura próxima ao primeiro-ministro. Bárcenas foi condenado a 33 anos de prisão e uma multa de € 44 milhões (R$ 183 milhões), por ter sonegado impostos e cobrado comissões em contratos públicos, segundo a Justiça.

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