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Beirute – o Líbano comemoraria ontem o dia da Independência nacional. As celebrações, no entanto, foram canceladas. Em vez das festas, o Líbano viveu o primeiro dos três dias de luto decretados em respeito à morte do ministro da Indústria, Pierre Gemayel, de 34 anos, assassinado na terça-feira, a tiros, em Beirute.

Gemayel sofreu um atentado quando um grupo de homens armados abriu fogo contra o comboio que levava o ministro no bairro cristão de Sin el Fil.

Ontem, a cidade natal do ministro, Bekfaya, foi tomada pelo luto. Simpatizantes do partido Falange, fundado pelo avô do ministro, acompanharam o cortejo com o caixão levando bandeiras políticas, enquanto mulheres em varandas jogavam arroz sobre o grupo. O sepultamento está previsto para hoje.

Após o anúncio da morte de Gemayel, o primeiro-ministro Fouad Siniora foi à tevê, ontem, para afirmar que seu governo não será abalado pela violência.

Na realidade, contudo, o governo de Siniora já enfrenta uma grave crise. Nas últimas semanas, seis ministros pró-Síria e aliados do grupo extremista xiita Hezbollah deixaram seus cargos, depois do colapso das negociações para a formação de um gabinete que lhes daria mais poder. Um sétimo ministro já havia renunciado antes.

Com a morte de Gemayel, os atuais ministros podem não ser suficientes para a aprovação de medidas governamentais, e se Siniora perder mais algum ministro, seu governo cairia automaticamente, segundo prevêem as normas no Líbano.

Além disso, Gemayel é o sexto político anti-Síria assassinado nos últimos dois anos. A morte, que foi condenada pela comunidade internacional, deve acirrar ainda mais a tensão entre a maioria anti-Síria e a oposição que apóia Damasco.

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