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O governo do Líbano assumiu nesta quinta-feira o compromisso de impedir a passagem de armas pela fronteira do país com a Síria, tentando encerrar uma discussão entre sírios e israelenses sobre se as forças da Organização das Nações Unidas (ONU) deveriam ser enviadas à área fronteiriça.

Uma boa notícia para Israel e para a ONU foi dada pelo presidente da França nesta quinta-feira, em pronunciamento transmitido ao vivo pela televisão. O país vai aumentar o número de soldados no contingente multinacional de paz.

Na quarta-feira, a Síria ameaçou fechar a fronteira com o Líbano se a ONU colocar soldados ali como parte de seus esforços para garantir o cumprimento de uma trégua aceita por Israel e pela guerrilha Hezbollah.

Enquanto isso, Israel diz que não levantará o bloqueio aéreo e naval imposto ao Líbano enquanto uma força de paz expandida da ONU não entrar em ação para ajudar o Exército libanês a controlar a fronteira e evitar que novas armas cheguem às mãos do grupo xiita. A ONU quer que o bloqueio seja suspenso a fim de facilitar a reconstrução libanesa .

A polêmica envolve o governo libanês, que deseja reabrir o país árabe para o mundo, mas que possui pouca influência sobre Síria e Israel.

O ministro da Cultura do Líbano, Tareq Mitri, que liderou a delegação libanesa enviada neste mês à ONU para negociar a paz, afirmou: "O governo está trabalhando duro para tornar a fronteira segura e levantar o bloqueio (israelense)".

"A postura do Líbano é clara. A soberania de qualquer Estado inclui controlar sua fronteira e adotar medidas para evitar o contrabando. E é isso que o Estado libanês pretende fazer", afirmou à rádio Voz do Líbano.

"O restante desta questão diz respeito a esforços para provocar emoções e alimentar temores", acrescentou.

A trégua entrou em vigor no dia 14 de agosto, pondo fim a uma guerra de 34 dias travada entre Israel e o Hezbollah. Mais de 1.100 pessoas, a maior parte delas civis, foram mortas no Líbano - outras 157 morreram em Israel, muitas delas civis.

Mas o cessar-fogo é considerado frágil e, segundo testemunhas, aviões de Israel sobrevoaram o vale do Bekaa (Leste do Líbano) na quinta-feira de manhã - uma manobra vista pelo país árabe como uma violação da trégua.

Também na manhã desta quinta-feira, um esquadrão de soldados israelenses voltou para o vilarejo de Houla, na fronteira do Líbano com o Estado judeu. As forças de Israel tinham se retirado de Houla depois de a trégua haver entrado em vigor.

Um membro do governo libanês que não quis ter sua identidade revelada afirmou que o Líbano havia pedido à ONU ajuda técnica para monitorar a fronteira, mas não o envio, pela entidade, de soldados para a fronteira com a Síria.

Questionado sobre se o governo pediria que forças da ONU fossem colocadas na fronteira, ele respondeu:

- Essa decisão cabe ao gabinete de governo e ainda não foi tomada. Tudo depende da situação.

O Exército libanês começou a estacionar seus soldados em partes da fronteira com a Síria, mas a ONU tem encontrado dificuldades para reunir um continente extra de militares capaz de reforçar a Unifil (força de paz da ONU para o Líbano).

O ministro das Relações Exteriores da Bélgica, Karel De Gucht, visitou Beirute nesta quinta-feira e prometeu que os belgas integrarão a força ampliada. UE quer tropas da ONU no Líbano em uma semana .

- Ele disse que a Bélgica contribuirá com a força da Unifil no sul, mas o número e o mecanismo da contribuição vão depender do que for acertado em um encontro (da União Européia) marcado para acontecer amanhã (sexta-feira), em Bruxelas - disse o ministro libanês das Relações Exteriores, Fawzi Salloukh.

A Finlândia, que ocupa atualmente a presidência rotativa do bloco europeu, afirmou na quinta-feira que espera mandar os primeiros reforços para o Líbano dentro de uma semana.

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