Curitiba Diante da postura dos governos e da imprensa da Europa, que defende a publicação das charges ofensivas ao Islã com base no princípio da liberdade de expressão, o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, afirmou ontem que "a liberdade de imprensa deve ser exercida com pleno respeito a todas as crenças religiosas". Annan também ressaltou "a importância de superar as animosidades entre pessoas de diferentes crenças e tradições culturais pelo diálogo pacífico e o mútuo respeito".
O presidente da Sociedade Beneficente Muçulmana do Paraná, Jamil Iskandar, acredita que a liberdade de expressão não pode ser confundida com falta de respeito. "Não se pode agredir um credo em nome dessa liberdade", diz. Iskandar acredita que os dinamarqueses deveriam pedir desculpas o mais rápido possível.
A vice-presidente da Federação das Entidades Árabes Brasileiras do Paraná, Ália Haddad, concorda, pois acredita que não é nada democrático publicar charges desrespeitosas e satíricas que ferem o conceito religioso de outra comunidade. Segundo ela o segredo para uma convivência pacífica entre a liberdade de expressão e a religiosa, "é não ultrapassar a fronteira do bom senso."
Koichiro Matsuura, diretor-geral da Unesco, órgão da ONU para a Cultura, lançou ontem "uma chamada à razão", convidando o mundo a não permitir que se estabeleça "uma situação na qual se oporiam dois princípios tão necessários para a dignidade humana: a liberdade de expressão e o respeito das convicções individuais, morais e religiosas".
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