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Jean Marie Le Pen, fundador da Frente Nacional | MPC MLP/Patrick Seeger
Jean Marie Le Pen, fundador da Frente Nacional| Foto: MPC MLP/Patrick Seeger

A presidente do partido de extrema-direita francês Frente Nacional (FN), Marine Le Pen, proibiu seu pai, Jean-Marie Le Pen, 86, fundador da agremiação, de participar das próximas eleições regionais.

As recentes provocações de Jean-Marie não agradaram a presidente da Frente Nacional, que tem conduzido uma verdadeira campanha de isolamento político de seu pai.

A decisão de Marine foi tomada após seu pai, que é presidente de honra da FN e deputado europeu, fazer declarações polêmicas em uma entrevista a um jornal considerado antissemita.

“Jean-Marie Le Pen parece ter entrado em uma verdadeira espiral entre a estratégia da terra arrasada e o suicídio político”, escreveu Marine em um comunicado.

“Com tal situação, informei a Jean-Marie Le Pen que serei contrária à sua candidatura nas eleições regionais previstas para este ano”, completou a líder da FN, que há anos vem se esforçando para mudar a imagem de ultradireita da sigla herdada do pai e apresentá-la como um “partido normal”.

Marine, que conseguiu fazer com que a FN alcançasse resultados históricos desde 2011, disse que irá reunir rapidamente um gabinete executivo, a maior instância do partido, para definir os meios de proteger os interesses políticos da Frente Nacional.

Jean-Marie Le Pen queria representar o partido nas eleições regionais de Provence-Alpes-Côte d’Azur (sudeste do país).

Numa entrevista concedida à publicação de extrema-direita Rivarol, divulgada na terça-feira (7), Jean-Marie Le Pen defendeu a memória do marechal Philippe Pétain, líder da colaboração da França com a Alemanha nazista, e criticou a estratégia da filha no comando da FN.

Além disso, na semana passada, ele repetiu declarações sobre as câmaras de gás dos campos de extermínio nazistas, ao afirmar que eram um “detalhe” da história. Estas palavras já lhe renderam uma condenação judicial no passado.

“Nunca considerei o marechal Pétain como um traidor. Foram muito severos com ele após a libertação”, declarou à revista, recentemente condenada por provocação ao ódio antissemita.

O vice-presidente da FN, Florian Philippot, escreveu no Twitter que a “ruptura política com Jean-Marie Le Pen agora é total e definitiva” e serão tomadas decisões rapidamente.

Louis Aliot, também vice-presidente da FN, destacou que as “divergências políticas” com Jean-Marie Le Pen são “irreconciliáveis” agora, após suas declarações ao Rivarol, que chamou de “pasquim antissemita”.

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