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Um dia depois da Igreja Católica alemã anunciar que aceitará o uso de certos tipos de "pílula do dia seguinte" para mulheres estupradas, o cardeal Keith O'Brien, líder da Igreja Católica na Escócia, disse nesta sexta-feira (22) que padres deveriam poder se casar. O'Brien, que participa do conclave que irá escolher o substituto do papa Bento XVI no próximo mês, afirmou, no entanto, que algumas questões, como aborto e eutanásia, são "crenças dogmáticas básicas, de origem divina", que a Igreja jamais poderá aceitar.

"No meu tempo não havia escolha e você não pensava muito sobre isso, era parte de ser padre". disse o cardeal, em entrevista à BBC na Escócia. "Eu ficaria muito feliz se outros tivessem a oportunidade de refletir sobre se poderiam ou gostariam de se casar. É um mundo livre, e percebi que muitos padres acham muito difícil lidar com o celibato e sentem necessidade de uma companhia, de uma mulher, com quem possam se casar e criar uma família.

O O'Brien, de 74 anos, abandonou algumas tarefas na Igreja da Escócia no ano passado devido à idade avançada. Ele tem sido um adversário ferrenho dos planos do governo escocês para legalizar o casamento homossexual e foi batizado de "fanático do ano" pelo Stonewall, grupo de defesa dos direitos dos gays. A Igreja Católica criticou o título, afirmando que ele revela "a profundidade de sua intolerância".

Nesta quinta-feira, num caso que despertou forte debate nos últimos dias, a Igreja Católica da Alemanha decidiu ao fim de uma reunião de quatro dias que os hospitais administrados pela instituição poderão prescrever a pílula do dia seguinte para vítimas de estupro.

Após dois casos que indignaram a opinião pública no país - dois hospitais católicos em Colônia recusaram uma vítima de estupro por não poderem usar o contraceptivo -, a Conferência Episcopal Alemã afirmou que hospitais mantidos pela Igreja irão assegurar o tratamento médico, psicológico e emocional adequado para as vítimas.

Reunidos na cidade de Trier, eles ressaltaram, no entanto, que os hospitais católicos continuam proibidos de usar medicamentos que levem à morte do embrião.

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