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Manifestantes com bandeira venezuelana atrás de barricada em chamas, numa demonstração contra Maduro, em Caracas | Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Manifestantes com bandeira venezuelana atrás de barricada em chamas, numa demonstração contra Maduro, em Caracas| Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

56,3% é o valor da inflação anual da Venezuela. O país se debate com um índice de escassez que, no mês passado, alcançou um em cada quatro produtos básicos. Por ano, a violência provoca até 79 homicídios a cada 100 mil habitantes.

  • Leopoldo López, opositor acusado pelo governo de incitar a violência nos protestos

Procurado pela polícia venezuelana, o líder oposicionista e ex-prefeito de Chacao Leopoldo López – cujo paradeiro é desconhecido – convocou, por meio de vídeo no YouTube, um novo protesto para terça-feira na Venezuela.

O governo venezuelano acusa López de assassinato e terrorismo por sua suposta ligação com os protestos que deixaram ao menos três mortos e dezenas de feridos no país nos últimos quatro dias.

No vídeo divulgado ontem à noite, o ex-prefeito, que teve ordem de prisão decretada na quinta-feira, convocou os manifestantes a se vestirem de branco para participar de uma marcha pacífica terça até o Ministério da Justiça.

López afirmou que "mostrará a cara" àqueles que querem prendê-lo e fez uma lista de reivindicações dos manifestantes que levará ao governo, como fim da repressão aos protestos e responsabilização do Estado pelas mortes no protesto do último dia 12.

"Maduro, você é um covarde. Não vai derrubar nem a mim nem a minha família", escreveu López no Twitter.

Segundo a mídia local, na noite de sábado, a polícia fez busca na casa dos pais de López à procura do opositor.

Protestos

Um novo protesto reuniu ontem cerca de 3 mil pessoas nas ruas de Caracas. Segundo o jornal El Nacional, a polícia dispersou com gás lacrimogêneo manifestantes que tentaram fechar uma estrada, mas não houve registro de feridos. Outra manifestação está prevista para hoje.

Na noite do último sábado, pelo menos 23 pessoas ficaram feridas em mais um confronto entre estudantes e as forças de segurança em Chacao, município próximo a Caracas que se tornou um epicentro do ativismo de oposição.

O conflito começou quando manifestantes tentaram fechar a estrada que liga a cidade à capital e que já fora bloqueada na sexta. A Guarda Nacional reprimiu a ação.

Os manifestantes, na maioria estudantes, protestam contra o governo de Nicolás Maduro, a insegurança, a inflação e a escassez de produtos no país, mas também pela libertação de ativistas presos durante os confrontos.

"Infiltrados"

O oposicionista Henrique Capriles, candidato presidencial duas vezes derrotado, acusou o governo de infiltrar pessoas nos protestos para causar conflitos. "É óbvio que o movimento estudantil não quer a violência. Temos de isolar os infiltrados", disse.

Ainda ontem, o governo venezuelano afirmou que imagens divulgadas em redes sociais e veículos de comunicação como sendo das manifestações estudantis de quarta-feira correspondem a outros países ou outras épocas.

A ministra Delcy Ro­drí­guez (Comunicação) disse que imagens de protestos no Chile e Egito são divulgadas como repressão na Venezuela.

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