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O roqueiro e ativista Bono disse na terça-feira (15) que os países industrializados estão muito fora dos trilhos em suas promessas de ajuda aos pobres da África. O líder do U2 afirmou que pretende recordar aos ministros de Finanças do G8, reunidos no fim de semana na Alemanha, sobre os compromissos deles.

Bono vem usando sua celebridade para fazer campanha por mais verbas e menos dívidas para a África, viajando várias vezes ao continente e fazendo lobby por mais ajuda dos países ricos.

O músico disse que o G8 (formado por Estados Unidos, Japão, Canadá, Grã-Bretanha, Alemanha, Itália, Rússia e França) enfrenta uma "crise de credibilidade" dois anos depois da cúpula de Gleneagles, Escócia, onde se comprometeram a dar mais ajuda, comércio, perdão de dívidas e serviços educacionais e de saúde aos pobres da África.

Bono disse que o G8 não deveria esquecer de promessas que incluíam a duplicação da ajuda à África até 2010, e que ele passará esse recado aos ministros que se reúnem no sábado em Potsdam, nos arredores de Berlim.

Um novo relatório montado por sua ONG, a Data (sigla de Dívida, Aids, Comércio e África, em inglês), mostra que o G8 está longe de sua meta de ajuda à África, tendo elevado sua colaboração desde 2004 em 2,3 bilhões de dólares, enquanto o compromisso de Gleneagles era aumentar em 5,4 bilhões.

O relatório da Data também critica o G8 por não ter chegado a um acordo comercial na chamada Rodada Doha, o que reduziria os subsídios e tarifas que protegem agricultores da União Européia e dos EUA, mas prejudica os produtores rurais pobres da África.

A Data, porém, elogia um acordo do ano passado para cancelar as dívidas de países pobres e os aumentos, ainda que modestos, nas verbas para saúde e educação.

Ele chamou de "impressionantes" os esforços dos EUA contra a Aids e a malária, e lembrou que os norte-americanos precisam de "um pouquinho de boas notícias" para melhorar sua imagem depois da impopular guerra no Iraque.

Na França

O cantor disse ter sido convidado para um encontro com o presidente eleito da França, Nicolas Sarkozy, e que pretende pressioná-lo a ampliar a ajuda de Paris à África.

"O outro lado de ele falar duro em casa é que ele tem de, e ouvi dizer que pretende, garantir que a tradição da França no mundo seja de envolvimento", disse Bono.

O roqueiro afirmou que o crescimento econômico superior a 5% em alguns países africanos não deve ser pretexto para desacelerar a ajuda aos mais pobres.

"Acho que as taxas de crescimento não são razão para reduzir o interesse se é para ter sucesso. Lembre-se, se não fizermos isso na Europa ou na América, os chineses farão, e eles não ficam fazendo perguntas difíceis sobre a relação como nós."

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