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O mascarado Subcomandante Marcos, que liderou um levante indígena no sul do México e se tornou um dos revolucionários mais emblemáticos da América Latina, disse neste domingo (25) que estava deixando o cargo de porta-voz dos rebeldes zapatistas e que desapareceria.

O líder guerrilheiro que fumava cachimbo usando uma máscara de esqui se tornou um ídolo do movimento antiglobalização depois que ele liderou a rebelião zapatista em 1994 no sul do estado de Chiapas.

"Decidimos que Marcos não existe mais", escreveu em uma longa declaração publicada no site do movimento Zapatista, o que disse ser sua última mensagem como líder rebelde.

Marcos negou rumores de que estava doente, dizendo que estava abrindo caminho para uma nova geração assumir o EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional), que ainda mantêm algumas de comunidades em Chiapas.

Nomeado em homenagem ao revolucionário mexicano Emiliano Zapata, o EZLN lançou uma batalha de 12 dias contra o exército mexicano que deixou 140 mortos, depois que o México abriu as suas fronteiras para o livre comércio no dia 1.º de janeiro de 1994, após o presidente Carlos Salinas assinar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).

Marcos se tornou um herói para os ativistas de esquerda e intelectuais por defender os direitos dos índios maias que tinham sido oprimidos durante séculos, mas ele também era visto como um publicitário que fazia autopromoção.

Marcos não fazia nenhuma grande aparição desde 2006, quando viajou pelo México para condenar a classe política do país durante a campanha eleitoral presidencial. Ele proibiu a mídia de celebrar o 20.º aniversário da insurreição em 2014.

Holograma

O governo lhe havia identificado como um ex-professor, mas Marcos negou, chamando a si mesmo de "holograma".

Ele disse que sua figura, agora estampada em camisetas, havia se tornado uma "distração".

"Aqueles que amavam e odiavam o Subcomandante Marcos agora sabem que têm odiado e amado um holograma ", escreveu. "O personagem foi criado e agora seus criadores, os homens e as mulheres zapatistas, vão destruí-lo."

Em 2001, o Congresso aprovou a legislação para dar mais direitos aos indígenas. Mas os zapatistas rejeitaram os esforços do governo para apaziguar a região e montaram seus próprios governos autônomos em cinco municípios de Chiapas.

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