Líder palestino, Mahmoud Abbas| Foto: Alaa BADARNEH / POOL / AFP
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O líder da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, rompeu os acordos de segurança com Israel e Estados Unidos em razão do plano israelense para a anexação de territórios ocupados da Cisjordânia. Após uma reunião de líderes palestinos em Ramallah, Abbas disse que a proposta israelense "acaba com as chances de uma solução de dois Estados".

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"O governo palestino está liberado, a partir de hoje (terça-feira), de todos os acordos e entendimentos com os governos americano e de Israel e de todas as obrigações baseadas nesses acordos, incluindo as de segurança". Abbas já havia feito várias ameaças anteriores de encerrar a cooperação com Israel, mas nunca levou nenhuma adiante. Não se sabe os efeitos práticos da decisão.

Analistas dizem que a coordenação entre as forças de segurança israelenses e palestinas na Cisjordânia ocupada é crucial para Israel, pois neutraliza as ações do Hamas e aumenta a hegemonia do Fatah, partido de Abbas.

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Ontem, o emissário da ONU para o conflito no Oriente Médio, Nickolay Mladenov, pediu a Israel que "abandone suas ameaças de anexação" e à liderança palestina que "retome as negociações" com os países envolvidos no processo de paz na região.

"Chamo meus colegas do quarteto (Estados Unidos, Rússia, União Europeia e Nações Unidas) a trabalharem com a ONU para obtermos rapidamente uma proposta que nos permita desempenhar nosso papel de mediação e trabalhar conjuntamente com os países da região para fazer a paz avançar", afirmou Mladenov durante uma reunião do Conselho de Segurança. "A anexação de áreas na Cisjordânia representaria uma violação muito grave do direito internacional e seria um golpe devastador para a solução de dois Estados".

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, que tomou posse no domingo em um governo de unidade com o ex-rival Benny Gantz, firmou a coalizão amparado na proposta de anexação de partes da Cisjordânia. A ideia é anexar o Vale do Jordão, uma área estratégica importante, e assentamentos espalhados por todo o território.

Em uma declaração conjunta, França, Bélgica, Alemanha e Estônia reafirmaram ontem que não reconheceriam nenhuma mudança nas fronteiras definidas em 1967, "a menos que sejam decididas por israelenses e palestinos".

Corrupção

Ao mesmo tempo que enfrenta uma crise com os palestinos, Netanyahu deverá se apresentar a um tribunal no domingo (24) para ser julgado por corrupção, fraude e quebra de confiança em três casos diferentes.

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