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Os líderes de 11 países africanos e representantes de quatro organizações regionais e internacionais assinaram neste domingo um acordo para pacificar a República Democrática do Congo (RDC) e a região dos Grandes Lagos.

Denominado "Marco de Paz, Segurança e Cooperação para a RDC e a Região", este novo acordo, assinado na sede da União Africana (UA), na capital etíope, se centra na reforma do Congo e em pôr fim às intromissões dos demais países da região em seus problemas internos.

Além disso, com o acordo serão criados dois órgãos de supervisão para assegurar que os 11 países signatários - Angola, Burundi, República Centro-Africana, República do Congo, RDC, Sudão do Sul, África do Sul, Tanzânia, Ruanda, Uganda e Moçambique - cumprem este compromisso de não interferência.

"A assinatura do acordo constitui um acontecimento importante em si mesmo. Mas é somente uma estratégia ampla que requere um compromisso contínuo", afirmou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, durante a cerimônia de hoje, realizada em Adis-Abeba.

Também participaram da assinatura a ONU, a UA, a Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (ICGLR) e a Comunidade para o Desenvolvimento da África Meridional (SADC).

Com este acordo, a ONU se comprometeu a enviar uma brigada de intervenção denominada Força Neutro Internacional (NIF, na sigla em inglês), integrada por soldados de países da região.

A brigada estará sob o mandato da Missão da ONU na RDC (Monusco) e ajudará seus soldados, que foram criticados em várias ocasiões por sua falta de ação armada em meio aos constantes conflitos locais.

"Esta será uma brigada que imporá a paz. Dependendo da situação no terreno, a brigada receberá ordens específicas", explicou Ban em entrevista coletiva após a assinatura do acordo.

Os 19 mil soldados que integram a Monusco estiveram presentes na RDC nos últimos 12 anos e se mostraram pouco efetivos na prevenção do conflito do leste do país, e inclusive foram descritos como "turistas militares" pelo presidente da vizinha Uganda, Yoweri Museveni.

A República Democrática do Congo está em um frágil processo de paz após a segunda guerra do Congo (1998-2003), que envolveu vários países africanos e cujas consequências ainda são sentidas. Esse conflito, o mais sangrento desde a Segunda Guerra Mundial, causou mais de 5 milhões de mortes.

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