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Grupo de pessoas carrega o corpo de um sírio morto pelo governo | YouTube/AFP
Grupo de pessoas carrega o corpo de um sírio morto pelo governo| Foto: YouTube/AFP

Sarkozy pede a renúncia de Bashar Assad

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, acusou o presidente da Síria, Bashar Assad, de desfechar uma "repressão bárbara" e pediu a renúncia do mandatário, ao dizer que o regime sírio massacra o próprio povo. Sar­­kozy disse que os sírios deveriam ter o direito de decidir o próprio futuro.

"Os massacres cometidos pelo regime sírio provocaram a revolta no mundo árabe, na França, na Europa e em todos os lugares do mundo", disse Sarkozy, em um discurso feito na base naval de Lanveoc-Poulmic, na França. "O presidente sírio precisa renunciar", disse Sarkozy.

A estimativa mais recente da Organização das Nações Unidas (ONU), anunciada no final do ano passado, dava conta de que mais de 5 mil pessoas foram mortas na repressão do governo sírio e também na revolta que irrompeu em meados de março, inspirada pelas rebeliões na Tunísia, Líbia e Egito.

Cobrança

Para os EUA, Conselho da ONU deve agir

Folhapress, em São Paulo

Os Estados Unidos instaram ontem o Conselho de Segurança das Nações Unidas a pressionar o governo sírio, já que o ditador Bashar Assad não respeitou o acordo com a Liga Árabe, seguindo com "disparos de franco-atiradores, torturas e assassinatos" no país.

"Acreditamos que já passou da hora de o Conselho de Segurança agir", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. Segundo ele, é "evidente" que as exigências feitas pela Liga Árabe no acordo assinado há mais de duas semanas "não foram respeitadas".

Enquanto os americanos cobravam ação da ONU, o secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, pediu mais uma vez a Damasco que coopere. Uma das atribuições do Conselho de Segurança é defender a segurança e a paz mundiais.

  • Manifestante contra Assad encara as forças de segurança da Síria

A Liga Árabe convocou ontem uma reunião de emergência para discutir se retira seu grupo de monitores da Síria, onde forças de segurança continuam a matar manifestantes apesar da presença dos observadores, informou uma autoridade árabe.

Segundo grupos de ativistas sírios, ocorreram novos confrontos ontem entre tropas regulares e soldados desertores, deixando vários mortos. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse em discurso que o presidente sírio Bashar Assad "massacra o povo" e precisa renunciar.

A reunião da Liga Árabe com os monitores vai acontecer sábado, no Cairo, onde fica a sede da entidade. O ministro de Relações Exteriores da França, Alain Juppé disse que o regime não deve ter permissão para interferir no trabalho dos observadores. "As condições nas quais a missão de observação está acontecendo precisam ser esclarecidas", disse ele à emissora de televisão I-Tele.

"Eles realmente têm completo e livre acesso às informações? Aguardamos o relatório que a missão vai apresentar nos próximos dias para ver as coisas mais claramente", disse.

Ativistas relataram mais derramamento de sangue ontem. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado em Londres, disse que forças de segurança mataram a tiros três pessoas na cidade de Homs. Já os Comitês de Coordenação Locais apresentaram números mais altos, afirmando que forças de segurança mataram quatro pessoas em Homs, uma no subúrbio de Kfar Batna, nas proximidades de Damasco, e uma na província central de Hama. O Observatório Sírio também afirmou que um confronto entre soldados desertores e tropas regulares no vilarejo de Jassem, no norte do país, deixou pelo menos 18 mortos. O Observa­­tório afirmou que as tropas do governo foram rechaçadas mas voltaram mais tarde e detiveram cerca de 100 moradores.

As informações dos ativistas não puderam ser confirmadas por fontes independentes, uma vez que o trabalho da imprensa internacional foi restrito na Síria.

Escalão

O subsecretário-geral da Liga Árabe, Ahmed bin Heli, disse que a reunião de sábado vai analisar o relatório do líder da missão, que começou em 27 de dezembro.

Outra autoridade disse que a reunião ministerial vai discutir a retirada ou não dos monitores por causa da violência na Síria. Ele falou em condição de anonimato porque não está autorizado para falar com a mídia. Na reunião de sábado, não será tomada a decisão final, mas as recomendações serão enviadas a outra reunião ministerial, de escalão superior, embora ainda não haja uma data para tal encontro.

Há cerca de 100 monitores da Liga Árabe na Síria, enviados para verificar o cumprimento, pelo regime de Bashar Assad, do projeto da Liga Árabe para interromper a repressão aos manifestantes, que já dura nove meses. A Síria concordou com o plano em 19 de dezembro. Ele prevê que o governo de Assad retire as forças de segurança e armas pesadas das ruas da cidade, comece negociações com os líderes opositores e liberte prisioneiros.

Mas os ativistas dizem que centenas de pessoas foram mortas na semana desde o início do trabalho dos observadores.

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