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Acordo prévio entre o líder direitista Netanyahu e Lieberman (foto) estipula a formação de um governo de direita | Ronen Zvulun / AFP Photo
Acordo prévio entre o líder direitista Netanyahu e Lieberman (foto) estipula a formação de um governo de direita| Foto: Ronen Zvulun / AFP Photo

O líder da ultradireita de Israel, Avigdor Lieberman, pode se tornar chanceler de Israel caso entre em vigor a coalizão firmada neste domingo (15) por ele e o líder direitista Benjamin Netanyahu, designado para formar um novo governo como primeiro-ministro. O acordo preliminar fechado entre o partido Israel Beitenu de Lieberman e o Likud de Netanyahu é o primeiro passo formal para a constituição de um governo de direita, derrotando o centrista Kadima, atualmente no poder.

A composição da nova administração pode gerar atritos com o governo americano, maior aliado de Israel no mundo, que, no entanto, deseja a criação de um Estado palestino. A solução de dois Estados também é reivindicada pela União Europeia (UE).

"Nós estaremos prontos para negociar normalmente, como sempre, com um governo de Israel que esteja preparado para continuar discutindo uma solução de dois Estados. Se esse não for o caso, a situação será diferente", disse o alto comissário para política externa da UE, Javier Solana.

O acordo entre o Likud e o Israel Beitenu ainda está sujeito a possíveis pactos com outros partidos, inclusive o Kadima, mas prevê que o ministério das Relações Exteriores seja comandando por Lieberman, um imigrante da Moldávia (ex-URSS), cuja retórica é considerada antiárabe. Seu partido ocuparia quatro outras pastas, inclusive a de Segurança Interna. Mas, mesmo unidos, o Likud e o Israel Beitenu precisariam do apoio de outras agremiações para assegurar a maioria entre os 120 deputados no Knesset.

Israel aguarda a formação do governo desde a eleição de 10 de fevereiro, na qual o partido de Netanyahu conseguiu um assento a menos que o Kadima, de Tzipi Livni, mas obteve potencial maioria se consideradas as alianças que poderia fazer. Para aderir ao novo governo, Livni, atual chanceler, exige que Netanyahu se comprometa com a tese americana de que deve haver um Estado palestino. Ela também reivindica um rodízio entre ela e Netanyahu no cargo de primeiro-ministro.

Lieberman fez a terceira maior bancada. Seu partido defende que, num eventual processo de paz com os palestinos, haja uma troca das terras hoje habitadas por árabes- israelenses pelos assentamentos judaicos da Cisjordânia. Ele também defende medidas para que todos os israelenses, inclusive os de origem árabe, tenham de declarar lealdade a Israel para manter sua cidadania.

Netanyahu tem até 3 de abril para formar um governo. O provável premier - que já ocupou o cargo entre 1996 e 1999, período em que manteve atritos com o governo americano de Bill Clinton - diz que pretende dar menos ênfase à criação de um novo Estado e mais à recuperação econômica dos palestinos, uma estratégia que os próprios palestinos rejeitam.

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