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O ex-diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, retornou à França hoje, após permanecer quatro meses nos Estados Unidos por conta de acusação de estupro feita por uma camareira de hotel em Nova York. Strauss-Kahn foi libertado após os promotores de acusação criminal desistirem de apresentar provas contra ele, sob argumento de que os depoimentos da camareira eram contraditórios e por falta de provas físicas do estupro.

Sorrindo e acenando silenciosamente, ele desembarcou de um voo da Air France no aeroporto parisiense Charles de Gaulle como um homem diferente daquele que, antes de sua prisão, era o favorito nas pesquisas de opinião para vencer o presidente Nicolas Sarkozy nas eleições presidenciais do ano que vem. Poucos esperavam que Strauss-Kahn voltasse à cena política francesa tão rapidamente. O Partido Socialista, de Kahn, já está realizando as eleições primárias para escolha de um candidato e seus correligionários o aguardavam ansiosamente.

Jack Lang, ex-ministro do governo socialista e seu vizinho, disse à Associated Press que seu amigo irá ter um "importante papel, não necessariamente na campanha, mas na vida da França e na vida da Europa". Segundo ele, o povo francês irá esquecer o escândalo. "Que escândalo? A meu ver, ele é inocente", acrescentou.

Como diretor-gerente do FMI, Strauss-Kahn foi bastante elogiado na administração do fundo e por seu papel na crise de dívida europeia, um perito que alguns na França podem considerar necessário diante do aprofundamento da crise na Europa. Residentes de Sarcelles, subúrbio de Paris habitado por trabalhadores e onde Strauss-Kahn é prefeito, estavam entusiasmados com sua volta.

Mas um proeminente membro do partido conservador UMP de Sarkozy, Xavier Bertrand, ignorou a volta de Strauss-Kahn. "Como muitos franceses, tenho muitas outras preocupações em mente", afirmou na radio Europe-1.

Ao desembarcar, Strass-Kahn estava acompanhado de sua esposa, Anne Sinclair, e vários policiais o cercavam. Ambos foram para uma de suas residências, em Place des Vosges, em Paris. Haviam tantos repórteres no local que Strauss-Kahn teve dificuldade para chegar e abrir a porta de entrada da residência.

Na última vez em que havia tentado voar pela Air France, Strauss-Kahn foi retirado da aeronave pela polícia minutos antes da decolagem, sob a acusação - feita por uma camareira de um hotel em Nova York, onde estava hospedado - de que o então diretor-gerente do FMI a teria forçado a realizar sexo oral e que teria tentado estuprá-la. Ele se viu então obrigado a renunciar do cargo ocupado no FMI, passou uma semana na cadeia e seis semanas sob prisão domiciliar.

Strauss-Kahn teve ainda de permanecer quase dois meses nos EUA para que as investigações prosseguissem. Na França, ele enfrenta outra acusação, feita pela escritora francesa Tristane Banon, de tentativa de estupro durante uma entrevista em 2003.

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