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Reação

Persas acusam AIEA de "se curvar" por motivo político

Agência Estado

O presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, acusou ontem a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) de se dobrar à pressão das maiores potências do mundo.

"Um dos defeitos da AIEA é que ela muda de posição e de atitudes se é colocada sob certa pressão política", disse Larijani quando perguntado sobre o relatório da agência segundo o qual o Irã pode estar buscando a construção de uma bomba nuclear.

"Eu acho que a AIEA deveria ser uma organização que estabelece suas visões com base em fatos concretos, mas não deveria fazer comentários como ‘há uma possibilidade’", disse Larijani aos jornalistas durante sua visita a Tóquio.

O novo diretor da AIEA, Yukiya Amano expressou preocupação de que o Irã busque fabricar uma ogiva nuclear.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou ontem o efeito político que sua viagem ao Irã, marcada para maio, possa ter em sua relação com os Estados Unidos. "Vou ao Irã co­­mo a qualquer outro país do mundo, os Estados Unidos ja­­mais me pediram que viajasse ou deixasse de viajar. Eu não tenho de prestar contas", de­­clarou o presidente em entrevista coletiva em San Salvador, em viagem pela América Central.

"A relação com os EUA é uma relação soberana, eles também visitam quem querem, os americanos, e eu também visito a quem quero. Não vejo o menor problema em visitar o Irã", acrescentou.

A declaração veio no mesmo dia em que o secretário-assistente dos EUA para a América La­­tina, Arturo Valenzuela, disse que a visita da secretária de Es­­tado Hillary Clinton tem como objetivo encorajar o governo brasileiro a ter influência positiva sobre o Irã, de forma a estimular o país a buscar novamente a confiança internacional.

Plano

Ainda sobre o tema, o assessor internacional da presidência, Marco Aurélio Garcia, negou ontem que o governo esteja preparando um acordo na área militar para ser discutido du­­rante a viagem que o presidente Lula fará ao Irã. "Não tem na­­da disso", declarou Garcia.

Diante da insistência dos jornalistas sobre se o governo tem intenção de viabilizar algum ti­­po de entendimento nesta área, ele ironizou: "Quando vo­­cês ouvirem a bomba...". Em seguida, Garcia quis saber a origem da notícia. Informado de que tinha sido publicada na edição de hoje do jornal O Globo a in­­formação de que o Gabinete de Segurança Institucional da Pre­­sidência iniciou uma série de consultas a órgãos ligados ao programa nuclear brasileiro para a formulação de um possível acordo com o Irã, ele reiterou: "Não tem nenhum acordo".

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