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Lula critica geração de riqueza "predatória e insensata"

No discurso de abertura da Assembléia Geral da ONU, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou responsabilidade dos países ricos.Leia a matéria completa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs nesta terça-feira a realização de uma conferência mundial sobre o meio ambiente no Brasil, em 2012, ao inaugurar os discursos presidenciais da 62ª Assembléia Geral das Nações Unidas em Nova York.

O presidente recordou que o Brasil foi anfitrião em 1992 da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, e pediu que a comunidade internacional avalie, 20 anos depois, o que foi feito até o momento.

"Precisamos revisar o que foi alcançado desde então e estabelecer um novo rumo. Proponho que façamos uma nova conferência conferência, em 2012, no Brasil, a Conferencia Rio+20", afirmou Lula.

Em seu discurso, Lula classificou de extremamente grave a questão da mudança climática e reiterou que o Brasil não abdicará sob nenhuma circunstância a sua soberania ou suas responsabilidades na Amazônia.

O presidente da principal nação produtora de biocombustíveis do planeta, junto aos Estados Unidos, assinalou que "o mundo precisa desenvolver urgentemente uma nova matriz energética, na qual esses combustíveis terão um papel vital".

"A experiência do Brasil em três décadas mostrou que a produção de biocombustíveis não afeta a segurança alimentar", afirmou Lula, contrariando as posturas recentemente expressadas pelo presidente cubano Fidel Castro, que classifica como uma "idéia sinistra" o uso de alimentos para produzir energia.

Lula também reiterou que o mundo precisa de "uma distribuição nova e mais equilibrada da riqueza, internacionalmente e em cada país".

"A derrota final da pobreza, no entanto, necessita mais que solidariedade internacional. Depende principalmente de novas relações econômicas, que não prejudiquem mais os países pobres", afirmou.

"A Rodada de Doha (de liberalização comercial na Organização Mundial do Comércio) deverá promover um verdadeiro pacto para o desenvolvimento, adotando regras justas e equilibradas para o comércio internacional", reclamou mais uma vez.

"Os subsídios agropecuários que tornam mais ricos os ricos e mais pobres os pobres não são aceitáveis. Não podemos aceitar protecionismos agrícolas que perpetuem a dependência e o subdesenvolvimento", insistiu.

Lula também reclamou o aumento da participação das nações em desenvolvimento nas decisões das Nações Unidas e no Conselho de Segurança, em particular.

O presidente brasileiro, que ambiciona uma vaga permanente no órgão executivo máximo das Nações Unidas, no entanto, não apresentou, dessa vez, um pedido de forma direta nesse sentido.

Ao término de sua estada em Nova York, Lula terá se reunido com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon; o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush; o presidente francês, Nicolás Sarkozy; o presidente da Indonésia, Susilo Yudhoyono; e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas.

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