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É bem possível que tenhamos de renomear a revolução bolivariana. Ela está prestes a se consolidar como o período que começou a acabou com o governo Chávez.

O governo de Chávez e o de Maduro têm características em comum, como a concentração de poder e as ações autoritárias. As diferenças entre um e outro são pequenas, mas centrais.

A falta evidente de carisma do sucessor de Chávez e a descrença gerada pela crise econômica aumenta a cada minuto e desvela a incapacidade de Maduro de virar o jogo, mesmo utilizando as mesmas premissas revolucionárias do antecessor.

Nesse momento, o presidente venezuelano ou apela para uma improvável aliança com a oposição – o que seria sua salvação –, ou dá continuidade à conhecida predisposição política repressiva e de cerceamento de liberdades. Caso opte pela segunda, fatalmente pavimentará um caminho para que o povo venezuelano se aproxime cada vez mais dos movimentos de oposição.

A tendência é de que Maduro utilize ao máximo a máquina estatal e o apoio político que ainda tem, até que não lhe reste mais nada e seja obrigado a ceder às pressões da oposição, abrindo caminho para o fim da revolução bolivariana – que ficará conhecida como a breve revolução chavista.

Com base no passado que conhecemos e no presente que percebemos, resta torcer para que Maduro não escolha o caminho da resistência violenta.

Eduardo Saldanha, professor de Direito Internacional da FAE.

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