O regime de Maduro declarou o embaixador alemão, Martin Kriener, "persona non grata" nesta quarta-feira (6), e deu 48 horas para que ele deixe o país. Kriener recebeu Juan Guaidó no aeroporto na segunda-feira (4), quando o líder opositor voltou ao país após um tour pela América do Sul.
Em comunicado, o governo chefiado pelo ditador Nicolás Maduro diz que sua decisão se deve a "recorrentes atos de ingerência nos assuntos internos do país" pelo diplomata, que "em desacato compareceu ao aeroporto internacional de Maiquetía para testemunhar a chegada do deputado Juan Guaidó".
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"A Venezuela considera inaceitável que um diplomata estrangeiro assuma, em seu território, uma atuação pública próxima à de um líder político alinhado com a agenda conspiratória de setores extremistas da oposição venezuelana", disse o governo.
Kriener, além de embaixadores e diplomatas de outras embaixadas europeias, foram ao aeroporto na segunda para apoiar Guaidó, que estava sob risco de prisão ao retornar à Venezuela por desrespeitar uma ordem que o impedia de deixar o país.
O ministro do Exterior alemão, Heiko Maas, condenou a decisão, que considerou "incompreensível". Maas afirmou que a expulsão agrava a situação e que a Alemanha continua a apoiar Juan Guaidó, e que decidiu chamar de volta o embaixador para "consultas".
O presidente interino venezuelano Juan Guaidó afirmou nesta quarta-feira que a decisão do regime de Maduro de declarar o embaixador alemão persona non grata deve ser tomada "como uma ameaça".
"O regime não tem qualidades para declarar persona non grata. Simplesmente é uma ameaça e assim deve ser tomada", disse Guaidó durante sessão da Assembleia Nacional da Venezuela, da qual é presidente.
Mais de 50 países, incluindo a Alemanha, reconhecem Guaidó como o legítimo chefe de Estado da Venezuela e apoiam seu plano para instalar um governo de transição que realize eleições livres.
Guaidó denunciou Maduro como usurpador por considerar que as eleições do ano passado não foram realizadas de forma justa. Maduro diz ser vítima de uma tentativa de golpe. O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha confirmou a expulsão. "Estamos coordenando os passos seguintes com nossos parceiros no local", disse o órgão.
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