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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu neste sábado que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, "escute" a América do Sul após a Unasul rejeitar nesta sexta (23) uma iniciativa americana que, segundo o organismo, pretende sancionar funcionários venezuelanos envolvidos com os protestos no país.

"Acho que o presidente Obama tem que escutar a voz da América do Sul que acaba de dizer ontem, por unanimidade, que rejeita todas as ameaças de sanções contra o povo da Venezuela", declarou Maduro em um ato de governo no palácio presidencial no qual recebeu centenas de funcionários que marcharam por Caracas.

Chanceleres e funcionários da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) reunidos nas ilhas Galápagos, no Equador, assinaram nesta sexta-feira um comunicado no qual defendem que as possíveis sanções contra funcionários venezuelanos vulneram o princípio de não-intervenção em assuntos de outros Estados e afetam o processo de diálogo entre governo e oposição venezuelana.

O chanceler venezuelano, Elias Jaua, apresentou na reunião da Unasul provas de "ingerência" do governo americano na Venezuela.

Para Jaua esta iniciativa foi aprovada pelo Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA para sancionar "funcionários que estiveram à frente da restituição da ordem pública e da garantia da paz e da estabilidade para o povo venezuelano" que, desde fevereiro, convive com protestos nas quais morreram 42 pessoas.

"Agradeço à Unasul pela declaração de respaldo à independência, à estabilidade política e à paz da Venezuela que ontem foi aprovada por unanimidade, pelos 12 governos da América do Sul. Muito obrigado à Unasul pela irmandade", declarou Maduro.

Sobre as acusações venezuelanas, a porta-voz adjunta do Departamento de Estado, Mary Harf, afirmou que "fomos muito claros que não estamos tendo nenhum papel ou interferindo no que está acontecendo na Venezuela".

"Tudo o que dissemos constantemente é que as partes necessitam dialogar para encontrar uma forma de seguir adiante, mas o governo não mostrou vontade de fazê-lo ainda", lamentou a porta-voz.

Para tentar buscar uma solução à crise política que a Venezuela vive desde o último dia 12 de fevereiro, governo e oposição começaram em 10 de abril um diálogo com a mediação da Unasul e do núncio do Vaticano, em encontros que agora estão "congelados".

A oposição considera que o governo não cumpre os compromissos que adquiriu durante as conversas, algo que o Executivo insiste em desmentir.

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