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Egípcios chegam à Tunísia fugindo da violência na Líbia: não há instalações adequadas para atender os refugiados | Anis Mili/Reuters
Egípcios chegam à Tunísia fugindo da violência na Líbia: não há instalações adequadas para atender os refugiados| Foto: Anis Mili/Reuters

Ditador do Iêmen acusa os EUA e Israel

Acuado pelas maiores manifestações antirregime desde que as revoltas no mundo árabe chegaram ao Iêmen, o ditador Ali Ab­­dullah Saleh se voltou ontem contra os Estados Unidos, acusando o aliado de instigar protestos ao lado de Israel.

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Artigo

O que pensa Kadafi

Célio Martins, editor de Mundo da Gazeta do Povo

Em O Livro Verde, obra con­­si­­derada a bíblia do governo líbio, o ditador Muamar Ka­­dafi descreve em detalhes co­­mo vê o mundo e propõe for­­mas de reorganizar a so­­cie­­dade.

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Experiência

Brasileiro pretende escrever livro

A experiência de viver dez dias no meio de uma guerra civil e a operação para retirar 148 brasileiros e 46 portugueses da área de conflito na Líbia será transformada em livro pelo biólogo Roberto Roche, de 52 anos, que chegou ontem pela manhã ao Rio.

Gerente de qualidade, segurança e ambiente da empreiteira Queiroz Galvão, Roche já havia vivido dois golpes de Estado, quando viveu no Equador, nos anos 1980. "Mas nada se compara à carnificina que eu vi em Benghazi. Tudo o que nós fizemos para garantir a segurança dos nossos trabalhadores se aplica a um plano de emergência, só que não está escrito. Nunca pensei em fazer um plano de evacuação de um país. Mas vejo que é necessário", afirmou.

Ex-aluno do Colégio Militar, Roche aplicou técnicas do tempo em que foi oficial de artilharia. "Tinha noção de como definir perímetro, a importância de se designar tarefas, fizemos vigílias em turno para monitorar a movimentação das ruas", contou ele.

Genebra - O êxodo de trabalhadores estrangeiros da Líbia, que deixam o país do Norte da África fugindo da violência e do caos, chegou a 145 mil ontem, com a situação atingindo um "ponto de crise". Cerca de 14 mil pessoas cruzaram a fronteira da Líbia para a Tunísia em apenas um dia, informou o Alto Comis­­sariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). Outras 40 mil pessoas esperavam, no lado líbio, para atravessar a fronteira.

Trabalhadores humanitários não conseguem mais entrar no oeste da Líbia, disseram funcionários da ONU. "A situação está chegando a um ponto de crise", alertou Melissa Fleming, porta-voz da ACNUR.

Milhares de vietnamitas e bengaleses estão no lado líbio da fronteira com a Tunísia, "com uma necessidade urgente de comida, água potável e abrigo", informou Jemini Pandya, uma porta-voz da Organização Internacional da Imigração (OII). Nepaleses, nigerianos e ganenses também estão espalhados em grupos ao redor da fronteira, sem abrigo.

"Com milhares de imigrantes ainda esperando autorização para entrar na Tunísia, existe uma necessidade urgente de descongestionar a região da fronteira, a qual não tem instalações adequadas para alojar grandes números de pessoas", disse Marc Petzold, chefe da OII na região.

Trabalhadores imigrantes em fuga também são alvejados pelos insurgentes líbios, que muitas ve­­zes os confundem com os mercenários africanos que Kadafi trouxe para esmagar a insurgência.

Tradicionalmente, a Líbia tem sido um país de trânsito e destino para refugiados. Entre eles estão palestinos, iraquianos, sudaneses, etíopes, somalis e eritreus. A situação é especialmente delicada para os africanos subsaarianos na Líbia, onde nos últimos dias 10 somalis foram mortos violentamente.

"Os africanos estão particularmente em risco porque são associados aos mercenários estrangeiros da África sub-saariana, mesma região de origem de vários refugiados vivendo na Líbia", ressaltou António Guterres, alto co­­missário da Acnur.

Guterres pediu que os governos vizinhos no norte da África e da Europa mantenham abertas as suas fronteiras terrestres, aérea e marítima para as pessoas obrigadas a fugir da Líbia.

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